
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi localizada pela polícia italiana em Roma, na casa de uma empresária do Rio de Janeiro. A brasileira, cujo nome ainda não foi divulgado, é dona de um apartamento no sexto andar de um prédio de classe média alta nos arredores do Vaticano, onde Zambelli estava vivendo. A informação foi divulgada pela revista piauí. O imóvel, segundo investigadores, tem cerca de 80 m² e o aluguel mensal na região gira em torno de 1,5 mil euros — quase R$ 10 mil.
Segundo sites que oferecem aluguel no local, os apartamentos no prédio contam com jacuzzi, e o condomínio oferece estacionamento gratuito e quadra de tênis — comodidades incomuns em hospedagens regulares da capital italiana, informa o Globo.
Zambelli foi conduzida na noite desta terça-feira (29) por agentes da Digos (Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais) até uma delegacia da capital italiana. Segundo o Ministério da Justiça brasileiro, a parlamentar foi presa e deverá passar por um processo de extradição.
Foragida desde o início de junho, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão e à perda do mandato por contratar um hacker para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão foi seguida por um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. Antes que a ordem fosse executada, Zambelli deixou o Brasil, passando por Argentina e Estados Unidos até se fixar na Itália, acompanhada do marido e munida de documentos que atestam sua cidadania italiana.
As autoridades italianas já haviam investigado outros possíveis paradeiros da deputada. Em junho, buscas foram realizadas na cidade de Scafati, próxima a Nápoles, após a divulgação de uma foto de uma mulher parecida com ela em um culto da Assembleia de Deus — mas tratava-se de outra pessoa.
O endereço em Roma teria sido repassado à polícia italiana pelo deputado Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, segundo uma das versões. A embaixada brasileira afirma que patiu dela a denúncia à polícia italiana.
Segundo a revista piauí, Zambelli inicialmente teria se hospedado na casa de um parente de seu marido, o coronel reformado da PM Antônio Aginaldo de Oliveira, em Cecchina, cidade a cerca de 30 km de Roma. Depois, mudou-se para o endereço ligado à empresária carioca, mas já planejava uma nova mudança — recentemente, teria viajado para Siena.
Mesmo foragida, Zambelli continuava ativa nas redes sociais por meio de uma nova conta no Instagram, criada após ordem do STF para exclusão de seus perfis. Nas postagens, chamava sua estadia na Itália de “exílio” e atacava o Supremo Tribunal Federal.
Em entrevista à GloboNews na segunda-feira (28), o advogado Fábio Pagnozzi afirmou que sua cliente aguardava apenas um pedido formal das autoridades italianas para se apresentar. Em nota divulgada nesta terça, os advogados Fábio e Pedro Pagnozzi negaram que tenha havido prisão, alegando que Zambelli se apresentou voluntariamente e que não seria necessário um processo de extradição. O Ministério da Justiça, no entanto, reiterou que dará início aos trâmites para trazê-la de volta ao Brasil.
Apesar da condenação, a perda do mandato de Zambelli ainda não foi efetivada. Cabe à Câmara dos Deputados decidir sobre sua cassação. O processo, enviado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em junho pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda está em análise. Caso aprovado, seguirá para votação em plenário.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/empresaria-carioca-abrigava-carla-zambelli-em-roma-proxima-ao-vaticano/