1 de maio de 2025
Esquerda dividida e ausência de Lula marcam atos do 1º
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Neste 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, os tradicionais atos promovidos pela esquerda em São Paulo acontecem de forma fragmentada, com eventos distintos em locais diferentes da capital paulista e do ABC. A data, marcada por reivindicações históricas do movimento sindical, evidencia em 2025 não apenas a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas também o racha entre centrais sindicais de orientação semelhante.

Segundo reportagem do portal Metrópoles, embora as mobilizações mantenham pautas comuns — como o fim da jornada de trabalho 6×1, isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, redução da taxa de juros e diminuição da carga horária sem redução de salário — elas ocorrem em formatos separados e sem a tradicional unidade das centrais.

O principal ato na capital ocorre na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte, promovido por entidades como a Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). A Central Única dos Trabalhadores (CUT) participa como convidada, mas organiza seu próprio evento no ABC paulista, mais precisamente em São Bernardo do Campo, berço político de Lula. Essa celebração retorna após nove anos de interrupção.

A divergência entre as centrais ficou evidente na forma como os atos foram planejados. Enquanto o evento na capital aposta em sorteios de carros e brindes para atrair o público, a CUT critica a estratégia e opta por uma programação mais tradicional no ABC, além de mobilizações em outras cidades do interior paulista, como Araraquara, Bauru, Campinas, Osasco, Taubaté e também na Baixada Santista.

Apesar da fragmentação, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, está previsto para discursar no ato das centrais na capital, o que, segundo a entidade, não deve ser interpretado como um rompimento. “Não se trata de divisão, mas de estratégias distintas”, disse um representante da central.

A ausência de Lula, presença frequente em atos anteriores do Dia do Trabalhador, reforça o tom mais contido das manifestações deste ano. Ainda assim, os movimentos sindicais esperam fortalecer a pressão por mudanças na legislação trabalhista e no modelo tributário, sobretudo em temas que impactam diretamente a vida dos assalariados, como a criticada jornada 6×1 — regime que prevê seis dias de trabalho para um de descanso.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/esquerda-dividida-e-ausencia-de-lula-marcam-atos-do-1o-de-maio-em-sao-paulo/