
Ao menos 18 capitais brasileiras terão atos organizados pela esquerda neste sábado em defesa da soberania nacional. As manifestações foram convocadas por centrais sindicais e movimentos populares como resposta às recentes sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e acontecem no mesmo dia em que bolsonaristas prometem lotar a avenida Paulista, em São Paulo.
O já tradicional Gritos dos Excluídos e das Excluídas, que chega à sua 31ª edição como contraponto popular ao desfile cívico-militar do Dia da Independência, vai acontecer em todas as regiões do Brasil (veja agenda mais abaixo). O movimento, criado em 1995, tornou-se uma marca da data e reúne, todos os anos, milhares de pessoas em diversas cidades.
A esquerda já havia levado milhares às ruas em julho deste ano. Na ocasião, 15,1 mil pessoas marcharam pela avenida Paulista em defesa da taxação dos super-ricos e contra a escala de trabalho 6×1, segundo levantamento do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), da USP. O tarifaço anunciado por Trump também já aparecia como tema de contestação.
Segundo os organizadores, os protestos deste 7 de setembro são uma reação direta às medidas anunciadas em agosto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Entre elas estão a imposição de uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e a revogação de vistos de autoridades nacionais. O contexto político também é marcado pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal, acusado de envolvimento na trama golpista de 8 de janeiro.
Gritos dos Excluídos e das Excluídas
Em 2025, a mobilização será realizada em dezenas de municípios de todas as regiões, com atos, debates e atividades que buscam dar visibilidade às pautas dos trabalhadores e reinterpretar o significado da Independência para a sociedade.
O lema escolhido para este ano é “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”. A proposta conecta a luta política à pauta ambiental, em um momento marcado por crises climáticas e sociais no Brasil e no mundo. Segundo os organizadores, a defesa da democracia e a preservação do meio ambiente são dimensões inseparáveis da agenda popular.
Além da defesa da democracia, o Grito busca reforçar o debate sobre soberania nacional, participação popular e combate às desigualdades. O movimento lembra que os direitos sociais conquistados ao longo das últimas décadas continuam sob risco e que a mobilização popular é um instrumento fundamental para preservá-los.
A edição deste ano também ganha contornos mais amplos ao dialogar com problemas enfrentados por outros países, apontando as semelhanças entre os desafios democráticos e sociais do Brasil e de outras nações.
Um dos eixos centrais da mobilização de 2025 será a defesa do Plebiscito Popular, com mutirões de coleta de votos organizados em diferentes cidades. A consulta pretende ouvir a população sobre três temas: a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e a criação de um imposto para os super-ricos.
Veja onde serão os atos em cada região do Brasil:
Nordeste
Na Bahia, o ato em Salvador terá concentração às 9h, na Praça Campo Grande. Antes, no dia 5 de setembro, será realizado o “9º Gritinho”, dedicado a crianças e adolescentes, das 8h30 às 12h, no Centro Educacional Paulo VI.
No Ceará, a mobilização em Fortaleza começa às 8h, na Praia do Futuro, de onde os participantes seguirão em caminhada até a comunidade Raízes da Praia.
Em Pernambuco, a concentração será no Recife, às 9h, no Parque Treze de Maio. Dois dias antes, em 5 de setembro, ocorrerá uma vigília inter-religiosa na sede do Movimento dos Trabalhadores Cristãos, localizada na Rua Gervásio Pires, 404.
No Rio Grande do Norte, o ato terá início às 9h, na Praça das Flores, em Petrópolis.
Em Sergipe, a manifestação em Aracaju está marcada para as 9h, na Praça da Catedral Metropolitana.
Norte
No Amapá, a capital Macapá receberá a mobilização pela manhã, na Avenida Cabral.
No Amazonas, a manifestação em Manaus será antecipada para o dia 5 de setembro, com concentração às 15h, seguida de uma mística às 16h e caminhada às 16h30.
No Pará, em Belém, os participantes se reúnem às 9h na escadinha do cais do porto e seguem em caminhada até a Praça da Prefeitura.
Em Roraima, a capital Boa Vista terá programação a partir das 15h30, no palco Aderval da Rocha, em frente à Praça Germano Sampaio, no bairro Pintolândia. O ato contará com manifestações culturais, música, arte e expressões de resistência popular.
Centro-Oeste
No Distrito Federal, a concentração será em Brasília, na Praça Zumbi dos Palmares, em frente ao Conic, a partir das 10h.
Em Goiás, a mobilização em Goiânia começa às 8h30, na Estação Ferroviária – Praça do Trabalhador.
No Mato Grosso, o ato em Cuiabá terá início às 7h30, na Praça Cultural do Jardim Vitória.
Já em Mato Grosso do Sul, a concentração em Campo Grande ocorre às 8h, no cruzamento da Rua 13 de Maio com a Rua Dom Aquino.
Sudeste
No Espírito Santo, Vitória abre a programação às 8h, na Praça Portal do Príncipe, próxima à rodoviária.
Em Minas Gerais, Belo Horizonte terá concentração às 9h, na Praça Raul Soares. Em Juiz de Fora, o encontro será no mesmo horário, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Oscar Vidal. Já em Uberlândia, a mobilização começa às 9h, na Cozinha Comunitária Nova Morada.
No Rio de Janeiro, a capital terá o ato “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro” a partir das 9h, com concentração na Rua Uruguaiana com a Avenida Presidente Vargas, incluindo um café da manhã solidário.
Em São Paulo, a capital contará com um ato unificado das centrais sindicais e das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, marcado para às 9h, na Praça da República. Também haverá atividades na Praça da Sé: café da manhã para pessoas em situação de rua a partir das 7h, ato às 9h e caminhada às 10h30.
Na cidade de Aparecida, a programação inclui a Romaria das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, com concentração às 7h na Basílica Velha.
Sul
No Paraná, a manifestação em Curitiba será no Território Indígena Kogûnh Jamã, às margens da BR-277, em Rondinha, Campo Largo, a partir das 4h30.
Em Santa Catarina, Joinville receberá o ato no dia 6 de setembro, com acolhida de peregrinos, caminhada e momento orante, culminando em uma missa campal às 15h.
No Rio Grande do Sul, a concentração em Porto Alegre começa às 10h30, no espelho d’água do Parque da Redenção, e termina no ato final na Ponte de Pedra, no Largo dos Açorianos.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/esquerda-organiza-atos-em-18-capitais-neste-7-de-setembro-contra-tarifa-de-trump-e-em-defesa-da-soberania/