8 de outubro de 2025
Como a esquerda tenta minar Tarcísio em caso da Coca-Cola
Compartilhe:

A fala do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de que só se preocuparia com os casos de intoxicação por metanol quando começassem a adulterar a Coca-Cola, foi o estopim para uma enxurrada de críticas de representantes da esquerda e uma nova tentativa de desgastá-lo politicamente, enquanto preparam o terreno de antagonismo já mirando as eleições de 2026, seja ele candidato à Presidência da República ou à reeleição no governo do estado.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) disse que há “pessoas mortas, pessoas com sequelas permanentes” e que “é inaceitável que um governador se porte dessa maneira”. A colega de Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB), afirmou ser “inconcebível que alguém trate isso como piada ou desdém, enquanto vidas são ceifadas.”

Do Palácio do Planalto, as críticas a Tarcísio ficaram com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT). Ele classificou a declaração do governador paulista de “deboche com todas as vítimas e familiares” e afirmou que Tarcísio é “discípulo de Bolsonaro”.

Depois da repercussão dessa fala, para além da esquerda, o governador paulista pediu desculpas. Em um vídeo nas redes sociais, um dia após a declaração, admitiu que errou e reconheceu que a “brincadeira” com a Coca-Cola e metanol “não cabia naquele momento, em face da gravidade do que vem acontecendo.”

Esquerda tenta desidratar Tarcísio de Freitas para 2026

Tarcísio de Freitas tem sido o principal foco da esquerda nas últimas semanas, em episódios como o tarifaço de Donald Trump; a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF); o engajamento dele pela anistia aos réus do 8 de janeiro e o silêncio após a aprovação da PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados.

No caso das bebidas alcoólicas adulteradas, o governador descartou inicialmente a participação do crime autorizado, em contradição ao governo federal. A tentativa da esquerda é enfraquecer Tarcísio a cada um desses episódios e aos que eventualmente vierem a aparecer.

“Isso tende a ser explorado cada vez mais pela oposição, sobretudo se ele, enfim, se lançar à reeleição ou à Presidência da República. Certamente essa imagem deve persegui-lo”, avalia o cientista político e professor do Insper Leandro Consentino.

O pedido de desculpas não deve alterar esse quadro, ainda mais dependendo da maneira com que a oposição a Tarcísio usar esse episódio. Para o cientista político e coordenador de Análise Política na BMJ Consultores Associados, Lucas Fernandes, essa deve ser a estratégia da esquerda, independente da intenção do pedido de desculpas.

“Esse pode ser um elemento que os opositores do Tarcísio tendem a usar. E eles devem continuar também com outras frentes, no sentido de que o Tarcísio está evitando a ajuda do governo federal para se cacifar”, analisa Fernandes.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/esquerda-tenta-minar-tarcisio-de-freitas-em-caso-de-metanol-e-coca-cola/