
Os Estados Unidos estudam revogar o visto de Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército Brasileiro, informa o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles. A medida, em análise pelo governo Donald Trump, reforçaria a pressão sobre autoridades brasileiras em meio à escalada diplomática entre Washington e Brasília.
Segundo avaliação da Casa Branca, o general teria sido indicado ao posto por influência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e atuaria em sintonia com o magistrado para garantir respaldo da cúpula militar a decisões do tribunal.
Mapeamento de encontros e suspeitas
Documentos do Departamento de Estado dos EUA apontam um histórico de reuniões entre Moraes e o comandante do Exército. A suspeita é de que ordens do ministro, inclusive envolvendo investigações contra militares, tenham sido discutidas previamente com Tomás Paiva.
Se confirmada, a perda do visto representaria um novo patamar na ofensiva estadunidense, com risco de abalar parcerias estratégicas e acordos de cooperação militar atualmente em curso entre Brasil e EUA.
O pacote de sanções em discussão prevê incluir também integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na segunda-feira (22), os EUA já haviam revogado o visto de sete autoridades brasileiras.
Reação no meio militar
Procurado, o comandante do Exército preferiu não comentar. Generais próximos a Tomás, no entanto, classificaram uma eventual medida como um “tiro no pé” por parte do governo dos EUA, avaliando que o gesto poderia romper canais de diálogo e isolar ainda mais as duas administrações.
Um integrante da gestão Trump admitiu ao Metrópoles que as novas sanções dificilmente alterarão a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou de ministros do STF, mas garantiu que a Casa Branca seguirá aplicando punições adicionais.
Conversa citada em delação
O nome do general Tomás também aparece em diálogos revelados pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em conversas privadas com o advogado Eduardo Kuntz, defensor de um militar investigado na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado.
Numa troca de mensagens pelo Instagram, Cid relatou que Tomás teria comentado com seu pai, o general Lourena Cid, sobre uma queixa de Moraes a respeito de Bolsonaro.
De acordo com o conteúdo apresentado na delação que levou à condenação do ex-presidente, Cid escreveu: “Ele [Alexandre de Moraes] acha que o PR [ex-presidente da República Jair Bolsonaro] acabou com a vida dele… (CMT EB [general Tomás] que conversou com ele e passou para o meu pai)”.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/eua-avaliam-revogar-visto-de-comandante-do-exercito-brasileiro-general-tomas-paiva/