
Um ex-assessor do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) afirma ser o responsável pela confecção da bandeira gigante dos Estados Unidos exibida no ato bolsonarista de 7 de Setembro, na avenida Paulista, em São Paulo.
O ativista Patrick Folena, integrante do movimento conservador Reforma Brasil, esteve lotado no gabinete do parlamentar entre fevereiro de 2024 e março de 2025, com salário mensal de R$ 13,6 mil, segundo registros da Câmara.
Conhecido como “deputado príncipe” por ser descendente da família imperial e defensor da monarquia, Orleans e Bragança declarou, por meio da assessoria, que “sempre defendeu a liberdade de expressão e o direito à manifestação pacífica” e frisou que Folena não mantém mais vínculo com seu mandato.
A polêmica em torno da bandeira ganhou força após Folena publicar no X (antigo Twitter) um vídeo mostrando a peça sendo estendida em uma rua residencial, além de fotos dela amarrotada em um quintal com piscina e churrasqueira.
A presença do símbolo estadunidense na principal manifestação da direita no Dia da Independência repercutiu internacionalmente. O jornal The New York Times classificou a bandeira dos EUA como o “novo símbolo” da direita brasileira.
Eduardo Bolsonaro (PL), em viagem aos Estados Unidos, considerou a ação uma forma de gratidão ao presidente Donald Trump. Já parlamentares como Pedro Campos (PSB-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentaram à Polícia Federal um pedido de investigação. O pastor Silas Malafaia declarou ao jornal Folha de S.Paulo que ficou “indignado” com a cena.
Diante das críticas, Folena reagiu nas redes sociais. Em resposta a Malafaia, escreveu: “Que negócio é esse de proibir nossa bandeira gigante na manifestação? A bandeira foi feita na minha casa e muita gente gostou, e se você continuar dando uma de ditador levaremos uma 2x maior”. O pastor não respondeu. Também rebateu a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que havia falado em “traidores da pátria”: “Então venha me prender por causa de uma bandeira”.
Com histórico de participação em atos da direita, Folena já foi apontado em reportagens de 2021 como empresário e “coordenador do movimento Avança Brasil”. Ele recebeu R$ 5.250 em auxílio emergencial entre 2020 e 2021, segundo o Portal da Transparência, e foi dono de uma confecção em Cotia (SP) até fevereiro de 2024, quando o CNPJ da empresa foi encerrado.
O ativista aparece em fotos ao lado de figuras como Eduardo Bolsonaro, Gustavo Gayer (PL-GO), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o deputado Ricardo Salles (Novo-SP) e o desembargador Sebastião Coelho.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ex-assessor-de-deputado-principe-reivindica-autoria-de-bandeira-gigante-dos-eua-exibida-em-ato-bolsonarista/