
A nova pesquisa eleitoral do Instituto Gerp, divulgada nesta quinta-feira (4), revela que o senador Flávio Bolsonaro (PL) larga na frente na disputa pelo Rio de Janeiro ao Senado em 2026. O levantamento reforça a força do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas aponta também um cenário de intensa fragmentação na briga pela segunda cadeira.
O estudo ouviu 1.100 eleitores em todas as regiões do estado, entre os dias 29 de agosto e 2 de setembro, com margem de erro de 3 pontos percentuais e nível de confiança de 95,5%.
Na pesquisa estimulada para a escolha do primeiro senador, Flávio Bolsonaro aparece com 32% das intenções de voto, consolidando-se como favorito a uma das vagas. Na sequência, estão Benedita da Silva (PT), com 16%; Alessandro Molon (PSB), com 10%; Claudio Castro (PL), atual governador, com 7%; e Marcelo Crivella (Republicanos), ex-prefeito do Rio, com 6%. Outros nomes lembrados foram Pedro Paulo (PSD), com 5%; Carlos Portinho (PL), com 3%; e Otoni de Paula (MDB), com 1%.
A briga pela segunda vaga
Como cada eleitor poderá votar em dois nomes, o Gerp também aferiu as intenções de voto para o “segundo senador”. Nesse recorte, Flávio Bolsonaro aparece novamente bem posicionado, mas com queda natural (15%), já que muitos de seus eleitores o escolhem como primeira opção. Nesse campo, a disputa fica mais equilibrada: Benedita da Silva e Claudio Castro surgem empatados com 14%, Molon tem 9%, Crivella 8% e Pedro Paulo 5%. Otoni de Paula e Portinho aparecem com percentuais mais baixos.

Cenário regional e recortes do eleitorado
A pesquisa mostra diferenças importantes por região. Enquanto Flávio Bolsonaro atinge 55% na Baixada Fluminense e no Sul do estado, Benedita cresce no Norte e Noroeste, chegando a 20% em alguns pontos. Molon e Crivella têm desempenhos mais localizados: o ex-deputado, em Niterói e no eixo da Região Metropolitana; e o ex-prefeito, em nichos evangélicos.
Claudio Castro, apesar de estar em fim de mandato no governo estadual, demonstra competitividade para a segunda vaga, alcançando até 30% em regiões como Noroeste e Sul Fluminense, onde concentra bases políticas ligadas ao interior.
Rejeição e desafio da segunda cadeira
O levantamento também mediu rejeição. Flávio Bolsonaro, mesmo liderando, aparece com o maior índice de rejeição (36%), seguido de Crivella (33%) e Benedita da Silva (32%). Molon, por sua vez, tem uma rejeição mais baixa (13%), o que pode lhe garantir espaço para crescimento caso consiga viabilizar alianças.
O retrato atual mostra que Flávio Bolsonaro deve assegurar uma das vagas ao Senado pelo Rio de Janeiro em 2026. A segunda cadeira, porém, permanece indefinida, com pelo menos quatro nomes competitivos: Benedita da Silva, Alessandro Molon, Claudio Castro e Marcelo Crivella. A fragmentação do campo oposicionista e os índices de rejeição altos de alguns concorrentes tornam a disputa aberta e imprevisível até o pleito.
Avaliação do Governo do Estado
Segundo o levantamento, 51% dos entrevistados desaprovam a administração do governo estadual, contra 37% que aprovam. Outros 12% não souberam ou preferiram não responder. Em julho, a desaprovação era de 57% e a aprovação de 32%, o que indica um pequeno avanço no saldo positivo, embora o governo siga em terreno negativo. O cenário mostra que a gestão ainda enfrenta grande resistência junto ao eleitorado, especialmente na Região Metropolitana, onde se concentra a maioria da população.

Avaliação de Cláudio Castro
Quando a pergunta é direcionada especificamente ao governador Cláudio Castro, os números detalhados reforçam o quadro de desgaste. A gestão é considerada “péssima” por 34% dos entrevistados e “ruim” por outros 19%. Já 25% avaliam como “regular” e apenas 21% classificam o trabalho do governador como “bom” ou “ótimo”. Em julho, Castro registrava 3% de “ótimo” e 17% de “bom”; agora, esses percentuais subiram levemente para 6% e 15%, respectivamente. Apesar dessa oscilação, o saldo segue predominantemente negativo, o que pode impactar diretamente na sucessão estadual e nas pretensões eleitorais do governador em 2026.

Avaliação do Governo Federal
No caso da Presidência da República, 56% desaprovam o trabalho do governo federal, contra 38% que aprovam e 6% que não souberam responder. O resultado representa uma leve melhora em relação a julho, quando a aprovação era de 34% e a desaprovação de 60%. Ainda assim, a avaliação negativa se mantém como maioria, revelando dificuldades de aceitação do governo no estado do Rio de Janeiro.

Avaliação do presidente Lula
Quando a análise recai sobre a figura de Luiz Inácio Lula da Silva, os números mostram maior polarização. A pesquisa aponta que 39% dos fluminenses classificam sua gestão como “péssima”, índice estável em relação a julho. Outros 11% consideram “ruim” e 19% avaliam como “regular”. Do lado positivo, 13% definem como “bom” e 17% como “ótimo” — um leve crescimento em relação ao levantamento anterior, quando Lula somava 10% e 14%, respectivamente, nessas categorias.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/flavio-bolsonaro-dispara-e-segunda-vaga-ao-senado-segue-indefinida-aponta-gerp/