20 de setembro de 2024
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta (14) da reunião de cúpula do G7, que acontece na Puglia, sul da Itália. Ele foi recebido pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, por volta das 14h30 locais (9h30 de Brasília).

Em seguida, Lula se juntou aos líderes dos países que formam o grupo, com algumas das maiores economias do mundo, e a outros convidados. Faz parte do grupo o papa Francisco, primeiro pontífice a participar de um G7, considerado – ao menos pela imprensa italiana – a grande estrela do dia.

O presidente participa da sessão que debate inteligência artificial, energia, o continente africano e o Mediterrâneo. Nela, os principais oradores são Francisco, por suas posições sobre a inteligência artificial, e o presidente da União Africana, Ould Ghazouani. O continente foi apontado como uma das prioridades do governo italiano para o G7.

Em sua oitava participação desde 2003, Lula foi convidado para esta edição especialmente devido à presidência rotativa do Brasil no G20. Em entrevista publicada nesta sexta pelo jornal italiano La Repubblica, Lula defendeu o fortalecimento do grupo. “O G20 compreende a União Africana, os países do G7 (que nem são mais as sete maiores economias do mundo) e os Brics. Se fosse reforçado, esses outros blocos nem precisariam existir”, disse.

Classificado por Meloni como o “maior desafio antropológico desta era”, o tema IA já foi abordado pelo papa em cerca de 20 discursos nos últimos anos, sendo um dos mais importantes a mensagem para o Dia Mundial da Paz, publicada em dezembro e inteiramente dedicada à IA.

Mais que se opor ou resistir a essa ferramenta, Francisco alerta para o risco de que a IA não seja um multiplicador de desigualdades e para os impactos que pode ter no mercado de trabalho. Em sua visão, proteger trabalhadores não significa deixar de aplicar a IA, mas fazer com que haja um planejamento para a criação de novos postos.

Após o encerramento da sessão, no fim da tarde, os líderes têm tempo reservado para encontros bilaterais. Na agenda de Lula, estão previstas conversas com os presidentes Recep Tayyip Erdogan (Turquia) e Emmanuel Macron (França), o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia), com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o papa. Segundo o Itamaraty, o único pedido de bilateral feito pelo Brasil foi com Francisco – todos os outros foram recebidos.

No fim do dia, os líderes, com seus acompanhantes, serão recebidos por Meloni para um jantar no resort de luxo Borgo Egnazia, onde acontece a cúpula. Antes, porém, assistem a um espetáculo de dança e a uma apresentação do tenor Andrea Bocelli.

O primeiro dia do G7, nesta quinta, foi marcado pela participação do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e pelo anúncio do acordo que prevê empréstimo de US$ 50 bilhões para Kiev, viabilizado com o uso de dinheiro russo que foi congelado em instituições europeias após o início da guerra, em 2022. O ucraniano assinou também um acordo bilateral de segurança com os EUA, com duração prevista de dez anos.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/g7-lula-chega-a-italia-e-deve-participar-de-debate-sobre-ia-energia-e-africa/