Gilmar Mendes propõe acordo que pode derrubar a inelegibilidade de Washington Reis e mexer nas peças da sucessão estadual

O cenário eleitoral do Rio de Janeiro para 2026 pode sofrer uma reviravolta.  Os primeiros sinais sobre as possíveis mudanças foram emitidos pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que, em manifestação, propõe limitar os efeitos da condenação do ex-prefeito de Duque Caxias Washington Reis por crime ambiental através de um acordo de não persecução penal.

 Mesmo ainda inelegível,  Reis conseguiu um despacho favorável de Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF) que reacende suas chances de disputar um cargo majoritário nas próximas eleições. O movimento, articulado nos bastidores e interpretado como um gesto estratégico, aqueceu o debate sobre a sucessão estadual.

Gilmar Mendes, que havia pedido vista no julgamento da ação contra Reis — na qual o placar estava 3 a 1 pela manutenção da condenação por crime ambiental —, emitiu um despacho que orienta o relator do caso, ministro Flávio Dino, a considerar um acordo de não persecução penal entre a defesa de Reis e a Procuradoria-Geral da República (PGR). Caso esse acordo seja aceito, a inelegibilidade pode ser derrubada, abrindo caminho para que o ex-prefeito de Duque de Caxias volte ao jogo.

O ministro Gilmar ainda destacou que o processo estaria “permeado por fortes controvérsias” e sugeriu a possibilidade de reparação de dano ambiental como alternativa à condenação. Embora o despacho não represente uma decisão final, foi recebido por aliados de Reis como um avanço.

Washington Reis nunca deixou de se movimentar politicamente.Influente na Baixada Fluminense, onde através do sobrinho Netinho Reis comanda a prefeitura de Duque de Caxias, ele continua se apresentando como pré-candidato ao governo. Nas últimas semanas, intensificou suas articulações em Brasília, com apoio do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay) e com o aval estratégico do prefeito do Rio e provável candidato ao Palácio Guanabara, Eduardo Paes (PSD).

Paes, aliás, vê em Reis um nome ideal para compor chapa, principalmente ao Senado, equilibrando a disputa com um perfil mais à direita e com forte apelo popular na região metropolitana.

Aliado histórico da família Bolsonaro, Reis havia sido descartado como opção justamente pela inelegibilidade. Agora, com o novo rumo no STF, ele pode embaralhar as estratégias tanto da direita quanto do centro — e ser peça-chave em alianças improváveis.

A movimentação deixa claro que a eleição de 2026 no Rio será tudo, menos previsível. E se o despacho de Gilmar abrir caminho para a volta de Washington Reis, o jogo político fluminense será completamente redesenhado.