O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) reagiu ao parecer do colega Paulo Magalhães (PSD-BA) no Conselho de Ética da Câmara, que defendeu a cassação do psolista. Magalhães é o relator da ação movida contra Braga por ele ter expulsado, a chutes, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) do interior da Casa, em abril de 2024.
O deputado do Psol acusou o ex-presidente da Câmara e deputado federal Arthur Lira (PP-AL) de ter articulado o relatório pela sua cassação.
— Não fui pego de surpresa porque, desde o início dessa ação, já estava evidente que havia uma articulação do próprio Lira e que ele colocaria peso nessa história. Sabia que o relatório estava comprado — disse Braga, em entrevista à coluna de Bela Megale.
O parlamentar acusa o ex-presidente da Câmara de ter “comprado” o parecer de Paulo Magalhães com o direcionamento de emendas para cidades onde o deputado baiano é o líder político de maior destaque.
— Basta pegar a lista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino das emendas que tiveram os pagamentos suspensos no valor total de R$ 4,2 bilhões de reais em dezembro e fazer um cruzamento com as cidades do orçamento secreto onde o deputado Paulo Magalhães é o principal líder político. Ali tem a demonstração cabal de que eu não estou brigando contra o Paulo Magalhães, é contra o orçamento secreto — afirmou Glauber Braga.
Procurado, Arthur Lira não respondeu aos contatos da coluna, assim como o gabinete de Paulo Magalhães. O deputado do PSOL afirma também que antes de Magalhães se tornar o relator do seu caso no Conselho de Ética ele havia dito que votaria pela sua absolvição no colegiado.
— O próprio Paulo Magalhães, antes de ser relator do caso, me encontrou no corredor da Câmara e disse: ‘Vi sua defesa, conte comigo. Não podemos deixar essa perseguição acontecer’. Mas quando vem o relatório dele, a posição é pela cassação. Para mim, está evidente que é um processo de perseguição do Lira, por não aceitar ser afrontado com as denúncias que eu vinha fazendo — diz Braga. Na sessão da Comissãao de Ética, Magalhães disse que esse fato não procedia.
O deputado do Psol afirma que despontava como um dos poucos mandatos que fazia denúncias contra o orçamento secreto na gestão de Lira como presidente da Câmara. Ele afirmou que o próprio Lira chegou a dizer no plenário da Casa que ficaria muito feliz quando Glauber Braga “não mais ali estivesse”, em meio à uma discussão sobre controle acionários da Petrobras.
O parlamentar alega que Lira chegou a suspender uma escolta policial de sua esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), após o assassinato do irmão dela, para retaliá-lo, depois de uma fala que fez se queixando que as galerias do plenário estavam vazias.
Com informações da coluna da repórter Bela Megale em O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/glauber-braga-acusa-arthur-lira-de-comprar-com-emendas-relatorio-que-pede-sua-cassacao-preco-de-ter-afrontado/
