
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira (30) que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), permanecerá no cargo apesar das recentes denúncias de irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo ela, não há qualquer investigação formal contra Lupi que justifique sua saída do governo neste momento. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews e repercutida pelo g1.
“O presidente é sempre muito cauteloso em relação à presunção de inocência. Se não há nada que o envolva, não há motivo para seu afastamento”, disse Gleisi. Ela ressaltou ainda que o próprio Lupi já prestou esclarecimentos ao governo e agora deve “se concentrar para adotar todas as medidas” para reverter o prejuízo causado à Previdência.
A crise no INSS ganhou novos contornos na semana passada, após uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. O então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, foi afastado por decisão judicial e, em seguida, demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Gleisi: “É o presidente quem vai indicar o novo presidente do INSS”
Ao comentar a escolha do substituto de Stefanutto, Gleisi foi enfática ao afirmar que a indicação será feita diretamente por Lula e não por Carlos Lupi. “É o presidente quem vai indicar o novo presidente do INSS”, destacou.
As investigações revelaram que, entre 2019 e 2024, mais de R$ 6,3 bilhões foram descontados de forma irregular de beneficiários do INSS. Os valores apareciam como contribuições a entidades de aposentados, sem autorização expressa dos segurados. Após o escândalo, todos os convênios de desconto em folha com associações foram suspensos pelo governo federal.
A ministra também minimizou os efeitos políticos da possível instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. A iniciativa é capitaneada pela oposição, que já conseguiu o número mínimo de assinaturas para apresentar o requerimento na Câmara.
Gleisi diz que problema começou antes do governo Lula
“Estamos muito tranquilos porque já temos uma investigação em curso. Duvido que uma CPI avance mais do que uma apuração da Polícia Federal. E a oposição também precisa se explicar, porque boa parte desses problemas começou quando Rogério Marinho era secretário da Previdência”, afirmou Gleisi, em alusão ao ex-ministro do governo Bolsonaro.
A operação da PF e da CGU, autorizada pela Justiça do Distrito Federal, mobilizou centenas de agentes para desarticular o que classificaram como um esquema nacional de descontos associativos fraudulentos. Ainda será apurado o percentual exato dos R$ 6,3 bilhões que foi efetivamente desviado de forma ilegal. A suspeita é que organizações se faziam passar por associações legítimas para realizar cobranças indevidas a milhões de aposentados.
A permanência de Carlos Lupi no governo tem sido alvo de críticas, mas o Planalto tenta blindá-lo, ao menos por ora. Como frisou a ministra Gleisi Hoffmann, o foco do governo está, neste momento, em sanar os prejuízos e garantir que o episódio não se repita. O nome do novo presidente do INSS deve ser anunciado nos próximos dias.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/gleisi-defende-lupi-isenta-ministro-de-suspeitas-e-afirma-que-lula-escolhera-novo-presidente-do-inss/