20 de setembro de 2024
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O governo brasileiro não reagiu oficialmente às declarações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mas nos bastidores as classifica como uma “provocação desrespeitosa” dirigidas a um aliado, informa o Blog do Valdo Cruz, no portal g1.

Maduro disse para tomarem “chá de camomila” aqueles que se assustaram com suas declarações de que haveria um “banho de sangue” na Venezuela caso ele perdesse as eleições — o presidente Lula havia afirmado publicamente estar “assustado” com esta fala do mandatário venezuelano e a prescrição do chá foi entendida como uma alfinetada no petista.

Maduro não somente atingiu Lula, mas também a Justiça Eleitoral brasileira, ao afirmar que as eleições no Brasil não são auditadas. Ele também colocou em xeque os processos eleitorais de Estados Unidos e Colômbia.

Em resposta ao líder venezuelano, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, reiterou que “as urnas e as eleições brasileiras são auditadas, desde o início do seu processo até o seu final”.

A ministra do STF acrescentou que nunca foram “comprovados quaisquer tipos de fraudes e erros” e que a “Justiça Eleitoral brasileira pode contar com a confiança da população”.

Observadores internacionais

O TSE vai enviar dois servidores seniores, com experiência na gestão das eleições brasileiras, para atuarem nos grupos de observadores internacionais.

Os dois vão acompanhar todo o processo eleitoral venezuelano e checar se houve algum tipo de cerceamento a eleitores e se as urnas foram lacradas ou não. O relatório deles será divulgado assim que eles retornarem ao Brasil.

No Palácio do Planalto, a eleição na Venezuela está pondo em alerta o governo brasileiro. Ela está marcada para o próximo domingo (28) e Nicolás Maduro, que busca nova reeleição, não dá sinais claros de que irá aceitar um resultado que não seja sua vitória.

“Chá de camomila”

A declaração sobre o “chá de camomila” foi mal-recebida pelo governo brasileiro, dentro da avaliação de que Lula sempre teve uma posição de aliado em relação a Maduro.

O petista tem conversado com sua equipe, principalmente na área de inteligência e das Forças Armadas, para se preparar para o pior, apesar de esperar que tudo ocorra com tranquilidade.

O receio do governo brasileiro é que a Venezuela entre em convulsão social se Maduro for derrotado e tentar dar um golpe, o que deve provocar uma nova onda de fuga de venezuelanos em direção ao Brasil, com quem o país tem uma enorme fronteira, criando um cenário de caos.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/governo-lula-diz-que-fala-de-maduro-e-provocacao-desrespeitosa-e-tse-reitera-que-eleicoes-no-brasil-sao-auditadas-e-confiaveis/