A Polícia Federal (PF) revelou, em relatório divulgado nesta semana sobre o planejamento de um golpe de Estado, que um grupo de oficiais das Forças Armadas discutiu a criação de um “Campo de Prisioneiros de Guerra” (CPG) em mensagens trocadas via WhatsApp. No grupo, batizado “Dosssss!!!” e criado pelo tenente-coronel Mauro Cid, um dos integrantes chegou a responder com a palavra “Auschwitz”, em alusão ao maior campo de extermínio nazista.
O diálogo ocorreu em 19 de novembro de 2022, conforme o relatório. Um major questionou: “Alguém tem algum planejamento ou viu em algum momento a condução de um CPG sem aparelhos? Caso sim, chamar no privado”. A resposta veio do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, que escreveu: “Auschwitz!!”. O uso do nome do campo, onde mais de um milhão de pessoas foram assassinadas durante o regime nazista, foi destacado pela PF no documento.
Em outro momento, no mesmo dia, o mesmo major perguntou: “Vai ter careca arrastado por blindado em Brasília?”, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), frequentemente chamado de “careca” por opositores.
Bolsonaro e outros 36 estão indiciados
O relatório faz parte da investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado, que já havia indiciado o ex-presidente Jair Bolsonaro e 36 aliados, incluindo oficiais das Forças Armadas. Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada, admitiu a organização de ações antidemocráticas.
Embora o militar que mencionou o CPG não tenha sido indiciado, Rafael Martins está entre os acusados. A defesa de Martins declarou não ter acesso integral ao inquérito e preferiu não se manifestar.
A menção a Auschwitz foi apontada como exemplo do tom extremista adotado por membros do grupo e evidencia o planejamento de medidas que poderiam incluir atos violentos e de repressão. O relatório reforça as provas de uma tentativa de subversão da ordem democrática.
Com informações de O Globo
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/grupo-golpista-cita-auschwitz-ao-planejar-campo-de-prisioneiros-no-brasil-em-planejamento-de-golpe-de-estado/