![Haddad: Brasil só reagirá a taxação dos EUA após ‘decisões](https://gazetadoleste.com/wp-content/uploads/2025/02/Haddad-Brasil-so-reagira-a-taxacao-dos-EUA-apos-‘decisoes.avif.avif)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que a taxação das importações de aço pelos Estados Unidos não é “contra o Brasil”, embora o país seja um dos maiores exportadores desse produto para os americanos.
— Nós estamos acompanhando, primeiro para saber as minúcias da decisão, entendendo quais implicações isso vai ter. Porque não é uma decisão contra o Brasil, é uma coisa genérica para todo mundo, estamos observando as reações do México, China e Canadá — afirmou.
Haddad ainda afirmou que medidas unilaterais desse tipo são contra a produção e crescimento da economia global.
— A avaliação é de que medidas unilaterais desse tipo são contraprodutivas para a e melhoria da economia global, a economia global perde com isso, com essa retração, com essa desglobalização que está acontecendo — disse.
Para o ministro da Fazenda, a “velha globalização” trouxe outros desequilíbrios. Por isso, defendeu o que chamou de globalização sustentável.
— É defender um tipo de globalização sustentável do ponto de vista social, ambiental. Mas na linha do que nós propusemos no G20, Brasil liderou o G20 ano passado, estamos imaginando voltar para a mesa de negociação com propostas nessa direção.
Ao ser relembrado que países como Canadá e México já apresentaram medidas em reação à sobretaxa anunciada pelos americanos, Haddad afirmou que o Itamaraty também “está envolvido” nas tratativas do governo brasileiro.
— O Itamaraty está envolvido também […] não posso responder pelo Itamaraty, mas cada ministério está fazendo sua parte e o MDIC está centralizando isso para levar ao presidente e à Casa Civil uma opinião a respeito
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu a promessa feita no domingo de impor taxas de importação de 25% sobre o aço e o alumínio que entram no país e assinou decretos nesta segunda-feira. Eles entram em vigor no dia 4 de março.
A decisão pode prejudicar a indústria brasileira, uma das principais exportadoras de aço para os EUA. O Brasil também é um relevante fornecedor de alumínio para o país, mas o maior impacto é no setor siderúrgico.
— Eu não sei qual a disposição do governo Trump em negociar neste momento, até porque em 2018 aconteceu de uma sobretaxa ser imposta e houve um recuo pouco tempo depois. Por isso o MDIC (Ministério da Indústria) está fazendo essa avaliação para levar ao presidente o quadro geral — disse.
Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. No acumulado do ano, as siderúrgicas brasileiras forneceram 4,08 milhões de toneladas de aço para o mercado americano, representando 15,5% do volume total que o país comprou de fora. De acordo com os dados do governo americano, o montante foi de cerca de US$ 3 bilhões em exportações brasileiras da commodity.
Os dados mostram que o volume de aço brasileiro importado pelos Estados Unidos cresceu 14,11% de 2023 para o último ano, o que fez o país ultrapassar o México e ocupar a segunda posição entre os principais fornecedores do produto para o mercado americano.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/haddad-diz-que-tarifas-de-trump-sobre-o-aco-nao-sao-contra-o-brasil-e-defende-globalizacao-sustentavel/