
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14) que não existe ambiente político para aprovar uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, em especial aos acusados de tramar o assassinato de autoridades. Em entrevista à GloboNews, o parlamentar destacou que, nas conversas que tem mantido, não encontra apoio para “anistiar quem planejou matar pessoas”.
A declaração mira diretamente figuras próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontadas pela Polícia Federal como parte de um plano detalhado para eliminar adversários políticos. Segundo as investigações, o documento intitulado “Punhal verde amarelo” descrevia execuções com uso de armamento pesado e até envenenamento. O material teria sido elaborado pelo general Mário Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, impresso no Palácio do Planalto e levado para uma reunião no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro estava presente.
Motta admitiu que há preocupação com penas consideradas excessivas, o que poderia abrir espaço para um projeto alternativo com mais chances de avançar, mas reforçou que não aceitará iniciativas que perdoem crimes dessa gravidade. Ele também criticou o motim promovido por parlamentares da oposição na semana anterior, classificando a ação como “obstrução inadmissível” e cobrando responsabilização dentro do regimento da Casa.
O clima tenso no Congresso, segundo o presidente da Câmara, reflete não apenas a polarização política, mas também os embates sobre temas como foro privilegiado e prerrogativas parlamentares. Motta defendeu que todos os assuntos continuem em debate no colégio de líderes, mas pediu cautela. Ele ainda fez críticas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que estaria atuando de forma remota, afirmando que “não existe mandato à distância” e que condutas prejudiciais ao país não devem fazer parte da disputa política.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/hugo-motta-diz-que-nao-ha-clima-para-perdoar-golpistas-que-queriam-matar-autoridades/