28 de agosto de 2025
Indicados de Waguinho na PortosRio teriam sido beneficiados no escândalo
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As polêmicas envolvendo os aliados políticos do ex-prefeito de Belford Roxo Waguinho (Republicanos), nomeados para cargos de confiança na Portos Rio, vão muito além da falta de qualificação técnica para as respectivas funções. Dois deles, Denis Venâncio e Aramis Júnior, figuram também na lista de beneficiados pelo esquema que fraudou o Instituto de Previdência dos Servidores de Belford Roxo (Previde). O escândalo ficou conhecido como ‘Farra do Pix’

O Agenda do Poder teve acesso a comprovantes de pagamentos feitos a Dênis e Aramis, que somados somam mais de R$ 160 mil, realizados em 2024 pelo Previde.

Denis Venâncio, que no ano passado tentou se eleger vereador em Belford Roxo pelo Republicanos, utilizando o slogan “Foguete não tem ré”, recebeu dois pagamentos: Um de R$ 30 mil, no dia 24 de dezembro de 2024, e outro de R$ 20 mil, três dias depois, em 27 de dezembro. Dênis foi nomeado para a Superintendência de Gestão Estratégica da PortosRio.

Também aliado de Waguinho, Aramis Júnior recebeu um pagamento ainda maior do Previde: R$ 115,002,35, no dia 1º de outubro de 2024. Aramis, que integrou a gestão do ex-prefeito, foi nomeado para a Superintendência de Recursos Humanos da PortosRio. Também no ano passado, Aramis foi alvo de busca e apreensão em uma investigação do Ministério Público sobre suposta compra de votos em Belford Roxo.

A “Farra do Pix”

A “Farra do Pix” em Belford Roxo, veio à tona em janeiro deste ano, após denúncia do atual prefeito de Belford Roxo, Márcio Canella (União). Estima-se que ao menos R$ 15,3 milhões tenham sido desviados das contas da previdência dos servidores públicos e de outros fundos municipais, e o Ministério Público chegou a pedir o bloqueio de bens dos investigados para garantir que os responsáveis fossem responsabilizados e os cofres da cidade ressarcidos.

De acordo com a investigação, os recursos públicos foram transferidos, via Pix, para cerca de 600 pessoas, muitas delas sem qualquer vínculo com o município ou com o Instituto de Previdência dos Servidores de Belford Roxo (Previde). As transferências ocorreram principalmente nos dias que antecederam as eleições municipais de 2024, com grande parte dos valores direcionados a candidatos a vereador, incluindo aqueles de outros municípios, o que levanta ainda mais suspeitas de uso indevido de dinheiro público para fins eleitorais.

A denúncia, que foi apresentada pela Procuradoria Geral do Município, apontou que as transferências não foram acompanhadas de processos administrativos ou notas de empenho, o que configura uma clara irregularidade na movimentação de recursos. Entre os valores desviados, R$ 14,9 milhões saíram das contas do Previde e R$ 402.500 da Fundação de Desenvolvimento Social de Belford Roxo (Funbel), somando uma cifra considerável que pode ter impactado diretamente a população local, principalmente os aposentados, que são os legítimos destinatários dos recursos.

Transferências irregulares

O esquema de transferências ilegais teria sido acelerado nas vésperas das eleições de 2024, quando o sobrinho do prefeito Waguinho, Matheus Carneiro Barros, também conhecido como Matheus do Waguinho, concorria à prefeitura. As investigações indicam que ele e outros membros da gestão municipal estariam diretamente envolvidos no direcionamento dos recursos públicos para candidatos aliados, o que caracteriza, além de desvio de verba pública, uma tentativa de influenciar o resultado eleitoral.

Apenas pela Funbel, foram realizadas 28 transferências de valores que somam R$ 402.500, feitas entre os dias 2 e 3 de outubro de 2024, todas via Pix, com parte dos valores destinados a vereadores de Belford Roxo e outros municípios da Baixada Fluminense. A grande rapidez nas transações, características das transferências via Pix, levantam suspeitas de que os envolvidos queriam evitar rastros e facilitar a movimentação de dinheiro de maneira rápida e sigilosa.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/indicados-de-waguinho-na-portosrio-teriam-sido-beneficiados-no-escandalo-da-farra-do-pix/