
O ex-senador e ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates confirmou neste domingo (28) que está deixando o Partido dos Trabalhadores, após mais de dez anos de militância. Ele já iniciou conversas com MDB e PDT, partidos que avalia como possíveis abrigos para lançar candidatura ao Senado em 2026.
Segundo Prates, a decisão não está diretamente ligada à sua saída da Petrobras no ano passado, mas ao que considera ser a ausência de participação democrática nas escolhas internas do PT no Rio Grande do Norte.
Críticas ao processo interno do PT
Prates afirmou que, mesmo após ocupar cargos de destaque como senador e presidente da estatal, não foi consultado sobre definições estratégicas da legenda.
“Meu ponto não é buscar espaço para mim, mas defender que o processo de escolha de candidatos seja participativo, inclusive com as bases. Pensei que no PT esta seria a regra. Como não foi, vou-me embora para outro lugar que seja assim”, disse.
O ex-senador também fez críticas ao atual ambiente político dentro da legenda, que, segundo ele, tem priorizado acordos de cúpula em vez de fortalecer a participação de militantes e lideranças locais.
Divergências na Petrobras
Ao relembrar sua saída da presidência da Petrobras em 2024, Prates atribuiu a decisão a divergências técnicas com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Apesar disso, disse não guardar mágoas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chegou a elogiar a manutenção de diretrizes estabelecidas durante sua gestão.
Por outro lado, fez ressalvas a escolhas recentes da companhia, como o foco ampliado no etanol e o adiamento de projetos ligados à energia eólica offshore. Para ele, a política energética nacional se transformou em “uma espécie de quermesse de megawatts, com lobistas garantindo seus interesses enquanto outros tentam sobreviver à sombra”.
Eleições de 2026 e futuro político
Prates avalia que Lula entra no processo eleitoral de 2026 como favorito, mas alerta para a possibilidade de a oposição lançar vários candidatos com o objetivo de criar um “caos cognitivo” no debate público.
“A estratégia deles provavelmente será lançar cinco candidatos contra Lula. Essa é a grande armadilha: discutir, discutir, e, no final, considerar melhor ter cinco sujeitos atacando Lula ao mesmo tempo do que um ou dois”, afirmou.
Sobre seu futuro, garantiu que deixará o PT de forma tranquila e agradecida, definindo primeiro a nova legenda antes de tomar uma decisão definitiva sobre uma candidatura.
“Não sou profissional da política. Vou para a política porque gosto dela. Mas os partidos precisam aprender com o futebol: não é o jogador que se convoca e diz onde vai jogar. A missão de escalar o time é do treinador”, concluiu.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/jean-paul-prates-anuncia-saida-do-pt-e-abre-caminho-para-candidatura-ao-senado/