
Um dos símbolos mais antigos e vibrantes da cultura popular carioca conquistou um marco histórico nesta quarta-feira (17). O Jongo da Serrinha está mais perto de ser reconhecido como patrimônio imaterial do estado após aprovação, em segunda discussão, da proposta apresentada pelo deputado Dionísio Lins (PP) na Assembleia Legislativa (Alerj).
A medida busca assegurar proteção e valorização de uma das mais importantes expressões de matriz africana, marcada pela música, dança e tradição oral transmitida ao longo de gerações. A manifestação, que nasceu da resistência negra, permanece viva no morro da Serrinha, em Madureira, onde se transformou em referência nacional.
O grupo Jongo da Serrinha foi fundado há cerca de 40 anos por Mestre Darcy do Jongo e sua mãe, a lendária Vovó Maria Joana Rezadeira. A dupla resgatou uma prática que já dava sinais de desaparecimento na cidade do Rio de Janeiro, levando a dança de roda dos quintais para os palcos e abrindo espaço para crianças e jovens. A estratégia foi decisiva para garantir a continuidade da tradição.
Raízes africanas
De origem na região do Congo-Angola, o jongo foi trazido ao Brasil por negros escravizados que trabalhavam nas lavouras de café, especialmente em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. No morro da Serrinha, a manifestação ganhou força e se consolidou como um polo cultural.
“É uma forma de reafirmar a importância desse patrimônio cultural, que não pertence apenas à Serrinha, mas à identidade do povo fluminense e brasileiro”, afirmou o deputado Dionísio Lins.
Com a aprovação em segunda discussão, a iniciativa segue agora para análise do governador Cláudio Castro, que decidirá pela sanção ou veto. Se sancionada, a manifestação passará a ter o reconhecimento legal como patrimônio imaterial fluminense, ampliando as políticas de preservação cultural.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/jongo-da-serrinha-e-reconhecido-como-patrimonio-do-estado/