21 de março de 2025
Jordy faz críticas a Hugo Motta por discurso a favor
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Na última terça-feira (19), a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene para celebrar os 40 anos da redemocratização no Brasil, contando com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. Durante a solenidade, o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (REP-PE), fez um discurso em defesa da democracia, o que gerou duras críticas do deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Em pronunciamento, feito nesta quarta-feira (20), Jordy classificou como “incongruente” a comemoração da redemocratização com a participação de um representante do STF, poder que, segundo ele, tem extrapolado suas competências e avançado sobre direitos e garantias constitucionais.

“Comemorar a democracia ao lado de alguém que disse ter vencido o bolsonarismo é uma contradição”, afirmou.

No entanto, a maior decepção do parlamentar foi com o próprio presidente da Câmara.

“Hugo Motta começou sua gestão de forma promissora, mas sua fala nesta solenidade foi profundamente decepcionante. Acredito que tenha sido um gesto de aceno ao presidente do STF”, criticou.

Em seu discurso, durante a sessão solene, Hugo Motta afirmou que nos últimos 40 anos, o país não sente mais o reflexo das mazelas do período em que não era democrata.

“Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrata. Não tivemos jornais censurados, nem vozes escaladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, afirmou o presidente da Câmara.

Jordy também denunciou supostas censuras promovidas pelo Supremo. Ele mencionou a remoção de uma reportagem da revista Cruzoé sobre o ministro Dias Toffoli, em 2019, e a censura à Folha de S. Paulo ao tentar entrevistar Felipe Martins.

“Outros veículos independentes, como o Terça Livre, também foram silenciados por determinação de Alexandre de Moraes. Então, é mentira dizer que não houve censura a jornais”, argumentou.

Além da censura, o parlamentar questionou a liberdade de expressão no país.

“Quantos perfis já foram derrubados por determinação de Alexandre de Moraes? Quantas pessoas foram proibidas de criticar o STF sob ameaça de prisão?”, indagou.

Jordy também classificou como perseguição política as investigações contra Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e ele próprio.

“Invadiram minha casa com a Polícia Federal sem justificativa plausível”, denunciou.

Sobre os presos pelos atos de 8 de janeiro, o deputado afirmou que há detenções injustas.

“Alguns cometeram vandalismo e devem ser responsabilizados, mas outros apenas se manifestavam e estão sendo usados como bodes expiatórios para alimentar uma narrativa contra o ex-presidente”, declarou. Para ele, o caso mais emblemático é o de Daniel Silveira. “Foi uma clara violação de garantias constitucionais. Sua imunidade parlamentar foi desconsiderada e ele foi preso por crime de opinião. Isso é inaceitável”, disse.

Finalizando seu discurso, Jordy fez um apelo ao presidente da Câmara: “Falo com respeito ao presidente Hugo Motta. Não siga esse caminho para se tornar um Arthur Lira 2.0. Esta Casa precisa manter sua independência e respeitar a Constituição”.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/jordy-faz-criticas-a-hugo-motta-por-discurso-a-favor-da-redemocratizacao/