O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou ao UOL nesta terça-feira (8) que nem a concessão de ministérios e de emendas parlamentares pode garantir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o apoio necessário para se reeleger em 2026.
No caso do PSD, a sigla controla três ministérios (Agricultura e Pecuária, Minas e Energia e Pesca e Aquicultura). Nas eleições municipais de São Paulo, porém, a sigla apoia Ricardo Nunes (MDB) na disputa contra Guilherme Boulos (PSOL), aliado de Lula.
Kassab admitiu que a falta de sintonia entre o governo federal e boa parte dos partidos que compõem seus ministérios pode acabar no lançamento de candidaturas alternativas à reeleição de Lula em 2026.
“Poder, pode. Vai depender da avaliação do presidente Lula no momento das definições, não é? É evidente que pode, são partidos que têm bons quadros. Eu dou o exemplo do PSD. Nós temos no partido hoje um presidenciável que já se dispôs a examinar o assunto caso o partido queira ter um candidato, que é o Ratinho Júnior [governador do Paraná]. O partido gosta da ideia de tê-lo como candidato’, disse Gilberto Kassab, presidente do PSD.
Para o presidente do PSD, há também a possibilidade de apoio a candidatos de outras siglas de centro-direita.
“Outros partidos também têm lá os seus presidenciáveis. Eu acho que essa análise é mais do que possível que aconteça, sim”, continuou Gilberto Kassab.
O PSD se tornou a sigla com mais prefeitos eleitos no Brasil em 2024: 878 até o momento, já que ainda há as disputas de segundo turno. O PL, que projetava conquistar mil prefeituras, ganhou em 510 cidades. Para Kassab, houve um erro de avaliação de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ao apostar na polarização entre Lula e Jair Bolsonaro para obter um bom desempenho nas urnas.
“Valdemar talvez tenha cometido um erro. Ele entendeu que a nacionalização favoreceria o PL. Nessa eleição municipal não prevaleceu a nacionalização. As pessoas querem saber do buraco da rua, da iluminação, do hospital, da creche e da escola nas quais os filhos estão. Esse foi o erro dele ao nacionalizar”, afirmou o presidente do PSD.
Kassab elogiou Tarcísio de Freitas (Republicanos), classificou o governador de São Paulo como a “maior revelação política do país” e disse que o vê como uma liderança que desponta para a direita.
“Hoje, cada vez mais, o Tarcísio assume um papel de liderança nessa direita com uma diferença: ele tem um diálogo muito bom com o centro e valoriza isso, haja vista a própria relação com o PSD. O MDB está apaixonado por ele. Não acredito que haverá choque com Bolsonaro”, especula.
“Tarcísio tem mais facilidade para o diálogo, tem uma compreensão melhor da importância de respeitá-lo [do que Bolsonaro]. Isso o valoriza muito, abrindo seu círculo de alianças. Sempre tenho dito que a maior revelação política nos últimos anos no Brasil é o Tarcísio. Em pouco tempo, ele mostrou vocação para a vida pública”, diz Kassab.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/kassab-avalia-que-nem-ministerios-ou-emendas-para-os-partidos-garantem-apoio-a-reeleicao-de-lula-a-presidencia-em-2026/