
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, obteve o visto norte-americano para integrar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, na próxima semana. O documento havia sido revogado em agosto, quando os Estados Unidos ampliaram sanções contra autoridades brasileiras durante o governo de Donald Trump.
As sanções atingiram inicialmente ministros do Supremo Tribunal Federal, com exceção de André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux. Posteriormente, integrantes do Executivo também tiveram vistos suspensos. À época, Lula reagiu dizendo que Lewandowski “devia ter orgulho” de ser alvo das restrições.
Viagem programada para domingo
Lewandowski embarca no próximo domingo (21), acompanhando Lula, que abre os trabalhos da Assembleia-Geral na terça-feira (23). O Brasil, por tradição, é o primeiro país a discursar no evento.
O tratado assinado entre EUA e ONU em 1947 obriga Washington a conceder vistos para todas as delegações estrangeiras em compromissos oficiais nas Nações Unidas, de forma gratuita e célere. Apesar disso, a prática recente tem sido de atrasar liberações, dificultando a presença de delegações completas.
Padilha ainda sem visto
Alguns ministros brasileiros continuam sem autorização para entrar nos Estados Unidos. O caso mais emblemático é o do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que não tem visto desde 2024 e teve a família incluída nas sanções no mês passado. Mesmo assim, ele ironizou a situação: “Eu não tenho intenção nenhuma de ir para a Disney”, disse.
Enquanto Padilha aguarda, outros já tiveram vistos concedidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, obteve liberação na semana passada, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também está autorizada a viajar.
Novas sanções à vista
O governo Trump sinalizou que pretende intensificar as pressões. O secretário de Estado, Marco Rubio, declarou à Fox News que novas medidas serão anunciadas contra o Brasil, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão deve ser oficializada nos próximos dias.
Segundo analistas, a chamada “operação tartaruga” dos EUA, com liberações em cima da hora, tem servido para fragilizar as delegações de países sob sanções, restringindo a presença de técnicos e assessores em reuniões estratégicas.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lewandowski-recupera-visto-e-acompanhara-lula-na-onu/