23 de novembro de 2024
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner afirma que Hugo
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O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta segunda-feira (30) que HugoMotta (Republicanos-PB) é visto como “cria” do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara. O deputado do Republicanos era o “candidato do coração” de Arthur Lira (PP-AL).

– Ele é afilhado do Ciro Nogueira, que é muito ligado ao Arthur Lira, e do ex-deputado cassado que foi presidente e voltou a ter um protagonismo grande, o Eduardo Cunha – afirmou.

Parte do Partido dos Trabalhadores (PT) resiste ao nome de Hugo Motta devido à sua proximidade com Nogueira, ex-ministro de Jair Bolsonaro e figura ativa na oposição ao presidente Lula (PT).

Além disso, Motta também é associado a Eduardo Cunha, um dos principais responsáveis pelo processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o que intensifica a resistência dentro do partido.

Em entrevista à rádio Metrópole, da Bahia, nesta segunda, Jaques disse que não conhece diretamente Motta, mas ressaltou a proximidade dele com os dois políticos. “Ele é uma cria. Uma cria do Ciro Nogueira, há quem diga que é uma cria do Eduardo Cunha e também é uma cria do Arthur Lira”, disse Jaques.

Em outro momento, o senador afirmou que alguns parlamentares já diziam, antes mesmo de Lira indicar apoio a Hugo Motta, que o deputado do Republicanos era o “candidato do coração” do alagoano.

O senador afirmou que Cunha “virou coach de deputado” e disse que o político “está tendo um protagonismo nos bastidores”.

Aliados de Motta esperam um gesto mais incisivo do governo federal e da bancada do PT ao nome do parlamentar na disputa pela presidência da Câmara. O próprio Lira tratou disso em almoço recente com Lula. Pessoas próximas ao líder do Republicanos dizem ter recebido com desconfiança sinalizações de representantes do partido e do Executivo.

Na avaliação desses aliados do deputado, o fato de haver outros nomes que acenam ao governo no páreo exige um posicionamento mais claro de endosso, até mesmo para inibir as candidaturas dos demais. Também são candidatos Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA).

Motta entrou na disputa após uma reviravolta, com a desistência do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), para apoiar o deputado. Até então, o nome de Elmar era tido como o favorito para ter apoio de Lira na disputa. O alagoano não pode se reeleger e busca transferir seu capital político a um nome de sua escolha.

De acordo com Jaques, Elmar “ficou decepcionado” com o endosso de Lira a Motta e “todo mundo ficou meio perplexo”. Isso porque Elmar era o aliado mais próximo do presidente da Câmara.

“A sensação que eu tenho, sinceramente, é que ou ele [Lira] nunca quis Elmar e estava enrolando até a hora de cair fora, ou ele ficou com medo de perder e achou que Elmar não estava conseguindo galvanizar e ganhar os votos que ele precisaria. E tudo o que ele não quer é perder aquela eleição”, afirmou o senador.

Em outro momento da entrevista, disse que o estilo duro de Elmar pode ter contribuído para desgastar a sua imagem entre os deputados.

“No caso do Elmar, o desgaste tenha vindo porque o estilo dele, aparentemente, é muito parecido com o do Arthur [Lira], muito impositivo. Então pode ser que depois da gestão Arthur o pessoal estava querendo outro estilo para governar a Câmara”, disse.

Com informações da Folha de S. Paulo.  

Fonte: https://agendadopoder.com.br/lider-do-governo-no-senado-jaques-wagner-afirma-que-hugo-motta-a-presidencia-da-camara-e-cria-de-ciro-nogueira-e-de-eduardo-cunha/