O presidente Lula (PT) fez um pronunciamento em rede nacional neste sábado (6) às vésperas do 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil. Em discurso, o petista criticou as tentativas de interferência estrangeira no país e classificou como “inadmissível” o papel de políticos que, segundo ele, estimulam ataques ao país. O mandatário afirmou que o Brasil não aceitará ordens de quem quer que seja e defendeu a soberania nacional como princípio central de seu governo.
O chefe do Executivo chamou de “traidores da pátria” os políticos que atuam no exterior para prejudicar o país, numa referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apontado como incentivador das sanções estadunidenses contra autoridades e produtos brasileiros. “Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A História não os perdoará”, disse Lula.
Soberania, Judiciário, PIX e redes sociais
No pronunciamento, o presidente sublinhou que o Brasil mantém relações amigáveis com todos os países, mas que o país tem um único dono: o povo. “Não aceitamos ordens de quem quer que seja. Este país soberano e independente se chama Brasil”, afirmou.
Lula também defendeu a independência do Judiciário e rebateu críticas externas sobre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmando que não há espaço para interferência na Justiça brasileira. “Zelamos pelo cumprimento da nossa Constituição, que estabelece a independência entre os Três Poderes”, declarou.
O presidente comentou ainda sobre a defesa do PIX e das redes digitais, ambos alvos recentes de investigações e críticas de autoridades estrangeiras. Segundo Lula, o PIX continuará público e gratuito, e as plataformas digitais não podem “espalhar fake news e discurso de ódio. Não podem dar espaço à prática de crimes como golpes financeiros, exploração sexual de crianças e adolescentes e incentivo ao racismo e à violência contra as mulheres”, dise no pronunciamento.
Contexto das críticas
Além da véspera do Dia da Independência, o pronunciamento acontece na esteira das tensões comerciais com os Estados Unidos, que impuseram tarifas a produtos brasileiros, citando como justificativa alegações de práticas desleais e ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula tem apontado que tais medidas representam tentativas de influência externa, apostando num discurso sobre a soberania brasileira.
O presidente também relacionou seus comentários à atuação de políticos que teriam incentivado sanções internacionais, destacando episódios envolvendo Eduardo Bolsonaro, que esteve nos EUA buscando apoio a medidas que afetaram decisões internas do país. Em agosto, o deputado foi indiciado pela Polícia Federal por suposta tentativa de obstrução de processos judiciais no STF.
“Não seremos colônia de ninguém”
Durante o discurso, Lula destacou que a soberania se manifesta nas políticas públicas voltadas a trabalhadores, jovens, empreendedores e populações em situação de vulnerabilidade. Ele ressaltou conquistas do governo, como a redução do desmatamento na Amazônia, abertura de novos mercados para exportações e operações de combate ao crime organizado.
“Mais de 200 anos se passaram e nos tornamos soberanos. Não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”, afirmou. Ele concluiu pedindo união em defesa da Pátria brasileira e reforçou a proteção de instituições, riquezas e democracia contra qualquer tentativa de golpe.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lula-critica-traidores-da-patria-e-defende-soberania-do-brasil-em-discurso-na-vespera-do-7-de-setembro/
