
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve convidar o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para acompanhá-lo na reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para a próxima semana. O encontro deve ocorrer de forma virtual, por vídeo ou telefone, segundo antecipou o chanceler Mauro Vieira.
A presença de Alckmin foi considerada estratégica, já que o vice tem liderado as negociações relacionadas ao tarifaço, imposto de forma unilateral pelo governo Trump sobre diversos produtos brasileiros.
Papel do vice-presidente nas negociações
Além de Alckmin, também devem participar da conversa o chanceler Mauro Vieira e o assessor especial da presidência, Celso Amorim. O vice já havia sinalizado disposição para viajar a Washington, caso houvesse abertura para negociações presenciais com a Casa Branca.
O governo brasileiro, no entanto, mantém expectativa modesta em relação à reunião. Interlocutores do Planalto avaliam que dificilmente haverá espaço para derrubar integralmente as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Ainda assim, a presença de Alckmin é vista como fundamental para reforçar a posição brasileira em defesa dos setores produtivos afetados.
Mensagem sobre independência do Judiciário
Um dos principais objetivos de Lula na conversa com Trump será esclarecer que o governo brasileiro não tem qualquer poder de interferência no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Palácio do Planalto pretende ressaltar que o sistema judicial do país é independente e que Bolsonaro teve assegurado o devido processo legal.
Esse recado é considerado essencial para conter pressões vindas de setores políticos estadunidenses que buscam vincular a atual crise diplomática ao processo judicial contra o ex-presidente brasileiro.
Pautas econômicas em debate
Na área comercial, o governo pretende insistir no pedido de isenção de tarifas sobre produtos como café e carne bovina, considerados estratégicos para o agronegócio nacional. Ao mesmo tempo, espera-se que os Estados Unidos reiterem a defesa de uma redução da tarifa brasileira sobre o etanol estadunidense, ponto sensível na pauta bilateral.
A reunião, embora não deva resultar em grandes avanços imediatos, é vista pelo Planalto como uma oportunidade para abrir canais de diálogo em meio ao momento mais delicado das relações entre Brasil e Estados Unidos nas últimas décadas.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lula-deve-incluir-alckmin-em-reuniao-virtual-com-trump/