O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (27) que a fotografia ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante o lançamento do edital para construção do túnel Santos-Guarujá, simboliza um novo momento na política brasileira. Durante o evento, Lula enfatizou a importância das relações institucionais entre os entes federados, independentemente de divergências partidárias.
“Eu vou, Tarcísio, possivelmente na semana que vem, a um estado que tem um governador que mais fala mal de mim. Eu vou no Porto de Itajaí (SC) fazer aquilo que tem que ser feito, porque ele ficou parado quase dois anos e vamos colocar aquele porto, que é o segundo [maior] porto de contêineres do Brasil, para funcionar”, disse Lula, sem citar o nome do governador Jorginho Mello (PL).
O presidente destacou que sua aliança com Tarcísio causa incômodo em ambos os lados: “Tem gente do lado do Tarcísio que não gosta de vê-lo do meu lado. E tem gente do meu lado que não gosta de me ver do teu lado. Ora, o que temos que ter consciência é de que nós só temos um lado: atender bem o povo de São Paulo e o povo do Brasil.”
Lula critica uso do BNDES para prejudicar adversários
Lula reforçou que sua gestão busca a normalidade institucional no país. “Ninguém precisa concordar com ninguém, ser da mesma religião, torcer para o mesmo time, almoçar na mesma mesa. O que temos que ter em conta é o que estamos fazendo quando a gente governa um estado, um país ou uma cidade. Nós não fomos eleitos para brigar, fazer desaforo com os outros. Fomos eleitos para compartilhar nosso esforço e fazer com que o povo sinta prazer em ser governado por alguém que está preocupado com ele”, declarou.
Ao mencionar empréstimos do BNDES ao estado de São Paulo, Lula relembrou sua relação com ex-governadores tucanos e criticou o uso político de bancos públicos. “O meu amigo [José] Serra não gostava quando eu vinha a São Paulo participar da assinatura de acordos do BNDES. O Serra falava assim para mim: ‘pô, Lula, mas é empréstimo, eu vou pagar; o que você está fazendo aqui?’. Eu falava: ‘eu estou fazendo o que o presidente tem que fazer’”.
“Jamais vou perseguir alguém porque votou contra mim”
O presidente garantiu que jamais utilizaria instrumentos do governo para prejudicar adversários políticos. “Não é todo presidente que autoriza liberar dinheiro para os estados. Tem presidente que utiliza o BNDES como instrumento de fazer política contra o seu adversário. Jamais vou perseguir alguém porque votou contra mim. Jamais vou deixar de emprestar dinheiro para um prefeito, deixar de ter relação com um governador. Não foi para isso que eu quis ser presidente outra vez”, assegurou.
Com informações de Brasil 247
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lula-e-tarcisio-destacam-parceria-alem-das-diferencas-politicas-em-lancamento-de-projeto-conjunto-nao-fomos-eleitos-para-brigar/
