23 de abril de 2025
Lula manda demitir presidente do INSS após operação da PF
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a demissão do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, nesta quarta-feira (23), após o nome dele ser envolvido em uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que apura um esquema bilionário de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. A informação foi publicada inicialmente pela Folha de São Paulo.

De acordo com relatos de auxiliares do presidente, a decisão foi comunicada ao ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, logo após Lula ser informado sobre os desdobramentos da investigação por autoridades da PF e da CGU. A avaliação dentro do Palácio do Planalto é de que a permanência de Stefanutto no comando do INSS se tornara insustentável, sobretudo diante do impacto direto do órgão na vida de milhões de beneficiários da Previdência.

Em entrevista coletiva no início do dia, Lupi havia declarado que não pretendia afastar o presidente do INSS, descrevendo-o como um servidor exemplar. “Não podemos queimar na fogueira uma pessoa sem saber do que ela está sendo acusada”, disse o ministro, acrescentando que desconhecia detalhes da investigação. No entanto, horas depois, a decisão de Lula prevaleceu.

Além de Stefanutto, outros quatro altos servidores do INSS também foram exonerados: o procurador-geral do órgão, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho; o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa; o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente; e o coordenador-geral de Pagamentos e Benefício. Os nomes dos dois últimos não foram divulgados até o momento.

A operação da PF e da CGU investiga um esquema em que entidades faziam descontos mensais nos benefícios de aposentados como se tivessem sido autorizados por eles — o que, em grande parte dos casos, não ocorreu. Os valores, segundo os investigadores, eram destinados a associações que prestavam supostos serviços de assistência aos segurados, mas que operavam com pouca ou nenhuma estrutura real.

A exoneração em bloco foi apresentada pelo governo como um gesto de firmeza na defesa dos direitos dos aposentados e pensionistas. Assessores presidenciais reforçaram a mensagem de que o Planalto não compactua com práticas lesivas aos beneficiários da Previdência Social e que o combate à fraude é prioridade da atual gestão.

A reportagem da Folha da Folha de São Paulo tentou contato com Alessandro Stefanutto, Virgílio Oliveira Filho e Vanderlei Barbosa por meio da assessoria de imprensa do INSS, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

A expectativa agora é de que o governo anuncie, nos próximos dias, um novo nome para comandar o INSS, com o desafio de restaurar a credibilidade do instituto em meio à crise provocada pelas denúncias.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/lula-manda-demitir-presidente-do-inss-apos-operacao-da-pf-e-da-cgu/