21 de junho de 2025
Lula reage a críticas de governo neoliberal e defende pragmatismo:
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Durante participação no podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu críticas de setores da esquerda que o acusam de comandar um governo com inclinação neoliberal. Ao longo da conversa, Lula argumentou que a realidade do sistema político brasileiro exige alianças e compromissos, e defendeu as conquistas sociais de sua gestão como prova de que seu governo não se afastou dos valores progressistas. A entrevista foi noticiada pelo portal Brasil 247.

“Eu fui eleito presidente da República e elegi 70 deputados do meu partido. O Congresso Nacional tem 513 deputados. É só analisar para saber que eu preciso fazer composições políticas para poder governar, senão eu não consigo”, afirmou Lula, destacando também que o PT conta com apenas nove senadores no Senado Federal, composto por 81 membros. “A dificuldade é imensa.”

O presidente ressaltou ainda que seu governo começou antes mesmo da posse oficial, com a articulação da chamada PEC da Transição, aprovada para garantir orçamento em 2023. “A gente começou a governar antes de tomar posse, porque não tinha orçamento para a gente começar a trabalhar em 2023”, explicou.

Lula aproveitou a oportunidade para reafirmar sua posição ideológica. “Me considero um cidadão de esquerda, mas muito realista desde o tempo em que eu era dirigente sindical”, disse. Segundo ele, radicalismos são contraproducentes: “Eu não era daqueles que ficava gritando ‘ou 100% ou nada’. Quem grita ‘100% ou nada’ vai ficar com nada. Eu reivindicava aquilo que era possível reivindicar de acordo com a força que eu tinha, e conquistava muita coisa”.

Ele reiterou que as limitações impostas pelas correlações de forças políticas e sociais são determinantes para a ação governamental. “Toda vez que você governa, você não faz só o que você quer. Você faz o que você pode fazer em função da conjuntura política, da correlação de forças políticas no Congresso Nacional e na sociedade.”

Lula também respondeu diretamente às acusações de que seu governo estaria distante dos ideais da esquerda. “Eu duvido que algum governo dito de esquerda tenha feito mais políticas de inclusão social do que nós fizemos nesse país”, afirmou. Ele mencionou dois momentos da história brasileira marcados por avanços sociais significativos: o governo de Getúlio Vargas, com a criação da CLT, e os mandatos do PT, com programas como o Bolsa Família.

Entre os feitos de suas gestões, o presidente citou a expansão do ensino superior e técnico, além da geração de empregos. “Fui o presidente que mais fez universidades, que mais colocou estudantes na universidade, que mais fez instituto federal, que fez o Bolsa Família, que gerou 22 milhões de empregos em oito anos de mandato.”

Ele também comparou o período entre 2002 e 2014 ao que chamou de “melhor momento social da América do Sul”, destacando os avanços simultâneos em países como Chile, Argentina, Bolívia e Venezuela, na época sob o governo de Hugo Chávez.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/lula-reage-a-criticas-de-governo-neoliberal-e-defende-pragmatismo-quem-grita-100-ou-nada-vai-ficar-com-nada/