
O pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), celebrou a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na lista de sanções dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. Em entrevista ao portal Metrópoles, Malafaia classificou Moraes como “ditador da toga” e afirmou que o magistrado está “colhendo o que plantou”.
“Desde 2022, eu chamo Alexandre de Moraes de ‘ditador da toga’, com mais de 40 vídeos fazendo críticas contundentes contra esse ditador que rasga sucessivamente a Constituição, promovendo uma verdadeira perseguição política. Começou a recompensa: ele está colhendo, como a Bíblia diz, o que plantou”, declarou o líder religioso.
Críticas ao STF e aceno a Trump
A reação de Malafaia ocorre após o governo norte-americano, agora sob presidência de Donald Trump, anunciar a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes. A legislação permite a punição de autoridades estrangeiras envolvidas em corrupção ou violação de direitos humanos, por meio do congelamento de bens e bloqueio de contas bancárias nos Estados Unidos.
Na avaliação de Malafaia, a sanção marca o início de uma mudança no cenário internacional em relação ao Brasil. “Isso é só o começo. Eu espero que as autoridades brasileiras e o STF tenham juízo para não dobrarem a aposta, porque a coisa vai piorar. E a questão principal não é econômica. A questão principal é liberdade, é censura. Depois, é o alinhamento do Brasil com nações que são contra o mundo ocidental: Rússia, China, Irã”, afirmou.
Erro técnico na identificação de Moraes
Apesar do peso simbólico e político da medida, o registro da sanção por parte do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), órgão do Departamento do Tesouro dos EUA, apresentou um erro: a data de nascimento de Alexandre de Moraes foi registrada como 3 de dezembro de 1968, quando o correto é 13 de dezembro daquele ano. O equívoco, no entanto, não anula os efeitos da medida administrativa.
Entenda a Lei Magnitsky
Criada inicialmente em 2012, durante o governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky homenageia o advogado russo Sergei Magnitsky, morto em uma prisão de Moscou após denunciar um esquema de corrupção em seu país. A legislação foi ampliada em 2016 e passou a permitir a imposição de sanções a qualquer autoridade estrangeira envolvida em corrupção ou abusos de direitos humanos, independentemente da nacionalidade.
Desde então, diversos nomes da política latino-americana foram incluídos na lista, incluindo autoridades da Nicarágua, Guatemala e República Dominicana. Esta é a primeira vez que um ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil é alvo da legislação, o que eleva a temperatura nas relações diplomáticas entre Brasília e Washington.
A inclusão de Moraes na lista pode ter implicações mais amplas para a relação do Brasil com os Estados Unidos, especialmente se novos nomes forem sancionados ou se houver retaliações diplomáticas por parte do governo brasileiro. Até o momento, o STF não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/malafaia-comemora-sancao-dos-eua-a-moraes-e-o-chama-de-ditador-da-toga/