
A Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional divulgou nota nesta sexta-feira (15) manifestando “profunda preocupação” com a inclusão do pastor Silas Malafaia no inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. O caso envolve acusações graves de coação no curso do processo, obstrução de investigações de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo a nota, investigações que envolvem autoridades políticas e líderes religiosos devem respeitar integralmente a ampla defesa e o contraditório para assegurar a imparcialidade e a legitimidade do sistema de Justiça. O grupo critica o que chama de “escalada de medidas sem critérios técnicos claros” e alerta para o impacto de “vazamentos seletivos” que, na visão dos parlamentares, abalam a confiança no Judiciário.
Malafaia, por sua vez, negou qualquer envolvimento e classificou a investigação como perseguição política. Em áudio enviado ao jornal O Globo, afirmou: “Isso é o nível a que chegou o Estado Democrático de Direito. Não falo inglês, não tenho nenhuma comunicação com americano. A Polícia Federal virou polícia de Alexandre de Moraes”. O pastor também usou suas redes sociais para reforçar o discurso de que estaria sendo alvo de retaliação. “Escolheram o cara errado. Eu não tenho medo”, disse, comparando a atuação da Polícia Federal à Gestapo e à KGB.
A inclusão de Malafaia ocorreu no âmbito do inquérito aberto no fim de maio pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Eduardo Bolsonaro, que está morando nos EUA desde fevereiro, é acusado pela Polícia Federal de agir de forma articulada com o pai, Jair Bolsonaro, para pressionar o Supremo Tribunal Federal. O pastor, por sua vez, organizou atos de apoio ao ex-presidente no último dia 3, que resultaram na prisão domiciliar de Bolsonaro no dia seguinte.
A Frente Parlamentar Evangélica afirmou que seguirá “vigilante e atuante” para garantir que direitos fundamentais sejam respeitados. Para o grupo, é dever do Estado assegurar que processos sejam conduzidos com probidade, observância da lei e respeito ao sigilo legal.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/malafaia-se-diz-perseguido-apos-inclusao-em-inquerito-de-eduardo-frente-evangelica-dispara-critica/