Após ser chamado de mentiroso por Jair Bolsonaro (PL), o candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, respondeu ao ex-presidente nesta terça-feira (20) e reafirmou sua posição na campanha. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Marçal pediu desculpas a Bolsonaro, mas deixou claro que não recuará de sua candidatura.
“Respeito você, mas o povo de São Paulo não vai prestar continência nem para vagabundo de Boulos nem para o banana do Nunes, que é um comunista com seu secretariado nojento. Me desculpe”, declarou Marçal. “Eu não vou me retroceder. Me perdoe”, acrescentou.
Marçal também mencionou que seguiu todos os conselhos de Bolsonaro e que o ex-presidente lhe disse várias vezes: “Só não atrapalhar que vai cair no seu colo”.
O desentendimento surgiu após Bolsonaro criticar Marçal, afirmando à CNN no último sábado (17) que o candidato é mentiroso e reafirmando seu apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição. Bolsonaro rebateu a versão de Marçal de que nunca havia pedido apoio ao ex-presidente, recordando que, embora os dois tenham se encontrado em Brasília em junho, o influenciador não pediu apoio, apenas conselhos.
Ainda no fim de semana, Bolsonaro enviou um vídeo à sua lista de transmissão no WhatsApp criticando Marçal, afirmando que “certas coisas você não precisa experimentar para saber que é um produto estragado” e confirmando seu apoio a Nunes. Bolsonaro também compartilhou um vídeo onde Marçal afirma que Bolsonaro e Lula (PT) são “farinha do mesmo saco”.
Na segunda-feira (19), o candidato a vice de Nunes, Ricardo Mello Araújo (PL), que foi indicado por Bolsonaro, publicou um vídeo em suas redes sociais no qual o ex-presidente também reafirma seu apoio a Nunes, destacando que a posição era clara.
Esse posicionamento marca uma mudança significativa na postura de Bolsonaro, que na quinta-feira (15) havia elogiado Marçal, chamando-o de “figura nova” e destacando suas virtudes, embora sem experiência política. Bolsonaro tinha afirmado que Nunes não era seu “candidato dos sonhos”, mas que assumiria o compromisso de ajudá-lo.
Segundo informações de pessoas próximas a Bolsonaro, o ex-presidente foi pressionado por líderes partidários, como Valdemar Costa Neto (presidente do PL), Ciro Nogueira (presidente do PP) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), a corrigir seu discurso e reafirmar o apoio a Nunes. Tarcísio de Freitas, em particular, expressou preocupação com o crescimento de Marçal e desempenhou um papel crucial na aceitação de Mello Araújo como vice de Nunes, visando consolidar o apoio de Bolsonaro e conter a ascensão do influenciador.
O cenário político é complexo: Nunes enfrenta dificuldades para conquistar o eleitorado bolsonarista, enquanto Marçal, que tem avançado entre os eleitores de Bolsonaro, tem visto um aumento em suas intenções de voto, alcançando 29% no último Datafolha, de agosto, em comparação com 22% no levantamento anterior de julho.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/marcal-avisa-que-respeita-bolsonaro-mas-nao-vai-retroceder-em-suas-posicoes-durante-a-campanha-eleitoral/