A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, tornada pública por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe revelações sobre a ala mais radical do governo Jair Bolsonaro (PL). Entre os que pressionavam o ex-presidente a promover um golpe de Estado, Cid apontou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como a principal instigadora.
“O general Mario Fernandes atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das forças a executarem um golpe de Estado. Compunha também o referido grupo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado. Eles afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe”, disse Cid em sua delação, que tem mais de 500 páginas.
Além de Michelle, o ex-ajudante de ordens citou nomes como Onyx Lorenzoni, Jorge Seiff, Gilson Machado, Magno Malta, Eduardo Bolsonaro e o general Mario Fernandes, então secretário-executivo do general Luiz Eduardo Ramos. De acordo com Cid, esse grupo insistia para que Bolsonaro não aceitasse o resultado das eleições de 2022 e tomasse medidas para se manter no poder.
O que dizem os citados
Em novembro de 2023, quando a informação sobre Michelle Bolsonaro foi vazada, o advogado da família Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, classificou a acusação como “absurda e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova”. Ele afirmou que o ex-presidente e seus familiares “jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, também mencionado como parte do grupo que incentivava o golpe, rebateu as declarações de Cid. “Querer envolver meu nome nessa narrativa não passa de fantasia, devaneio”, disse na época.
Com informações de Revista Fórum
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/mauro-cid-diz-que-michelle-era-uma-das-maiores-incentivadoras-de-bolsonaro-para-o-golpe/
