4 de maio de 2025
Médicos desaconselham Bolsonaro a participar de ato pró-anistia em Brasília
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Após receber alta hospitalar neste domingo (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi orientado por sua equipe médica a não participar presencialmente do ato marcado para a próxima quarta-feira (7), em Brasília, em defesa da anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A recomendação foi feita publicamente pelos médicos que o acompanham desde o procedimento de desobstrução intestinal, realizado no último dia 13 de abril. Bolsonaro passou 22 dias internado no hospital DF Star, em Brasília, e agora continuará a recuperação em casa, na capital federal.

Questionado por jornalistas sobre sua presença no ato, Bolsonaro preferiu transferir a resposta aos médicos.

— Quem vai responder são eles — disse, apontando para os profissionais de saúde.

Cláudio Birolini, cirurgião-geral e gastroenterologista que liderou a operação, foi direto:

— Nós passamos as instruções para o presidente para que ele não participe diretamente do ato, presencialmente, porque isso não seria recomendado neste momento.

O cardiologista Leandro Echenique reforçou a orientação, citando os riscos associados à presença em grandes eventos.

— A recomendação é de evitar aglomeração, até pelo risco de infecções. Então, realmente, vai ser uma semana onde ele vai ficar mais resguardado.

Apesar da indicação médica, Bolsonaro não deixou de se posicionar sobre a pauta do ato. Em conversa com apoiadores e a imprensa, ele voltou a defender a anistia aos condenados pelos ataques ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal.

— Não adianta alguém falar que anistia é perdão e o que aconteceu é imperdoável. Não teve uma gota de sangue, não teve uma arma de fogo, nada — afirmou o ex-presidente.

A cirurgia à qual Bolsonaro foi submetido durou 12 horas e teve como objetivo desobstruir parte do intestino afetada por aderências — sequelas da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018. Segundo os médicos, o procedimento incluiu uma laparotomia para examinar os órgãos internos, seguida da reconstrução da parede abdominal.

Bolsonaro deixou a UTI na última quarta-feira (1º) e recebeu alta na manhã de domingo, por volta das 11h, ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro. Na saída, foi acompanhado por apoiadores que fizeram vigília em oração durante todo o período de internação.

Agora, ele seguirá com o tratamento e os cuidados médicos em casa, com recomendações para evitar qualquer tipo de atividade que possa comprometer sua recuperação, incluindo aparições públicas e eventos com aglomeração.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/medicos-desaconselham-bolsonaro-a-participar-de-ato-pro-anistia-em-brasilia-apos-alta-hospitalar/