A segunda rodada de 2024 da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, da Genial/Quaest, mostra forte alta na reprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – de 64% para 90% em relação a março. No mesmo período, a avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passou de 50% para 41%, e 61% apontam que ele perdeu força desde o início do governo.
A pesquisa, realizada entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, reflete a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal anunciado por Haddad.Foram feitas 105 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio.
Na avaliação da totalidade dos entrevistados, a credibilidade do arcabouço fiscal anunciado é pouca (42%) ou nenhuma (58%). Nos padrões atuais, a regra de gastos só se sustenta até 2025 para 37% e até 2026, último ano do atual governo, para 34%. Embora apontem que a lista de medidas ajuda a economia, no conjunto o pacote é pouco satisfatório para 42% e nada satisfatório para 58%.
Veja, abaixo, os dados resumidos:
- A avaliação negativa do governo subiu 26 pontos percentuais desde a pesquisa anterior;
- 100% dos entrevistados dizem que o arcabouço fiscal tem pouca ou nenhuma credibilidade;
- Regra de gasto só se sustenta até 2025 para 37% e até 2026 para 34%;
- A política econômica do Brasil está na direção errada para 96% dos entrevistados – eram 71% em março;
- Expectativa de piora na economia avança de 32% para 88%; apenas 2% acreditam em melhoria;
- Na eleição presidencial de 2026, mercado aposta em derrota de Lula. Em eventual segundo turno, o presidente perde em todos os cenários.
Política econômica
A política econômica do Brasil, que já não era bem avaliada em março por 71% na pesquisa anterior, agora está na direção errada para 96% dos entrevistados, o que junto com o descrédito das medidas anunciadas fez a expectativa negativa para a economia escalar de 32% para 88%.
A expectativa para a reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) de dezembro é de alta de 0,75 ponto percentual para 66% dos entrevistados. Ao final deste ciclo, a expectativa de 34% é de uma taxa acima de 14%.
A indicação de Gabriel Galípolo para suceder a Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central é aprovada por 62%, contra 38% que desaprovam. Embora a maioria (56%) acredite que Galípolo tomará decisões técnicas, é expressivo o percentual dos que apostam em decisões sob influência política: 44%.
Eleições 2026
A pesquisa dedicou um bloco às expectativas sobre a eleição presidencial de 2026 e constatou que apenas 34% acreditam que Lula será o favorito para as eleições de 2026. Em março, 53% acreditavam que Lula seria o favorito. A pesquisa projetou oito cenários para um eventual segundo turno. Nos quatro cenários em que aparece como candidato, o presidente Lula seria derrotado. O mesmo acontece com Fernando Haddad, que caso seja candidato seria derrotado em todos os cenários.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é considerado por 78% como o mais provável candidato da direita em 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/mercado-desacredita-no-arcabouco-fiscal-e-eleva-reprovacao-do-governo-lula-a-90-aponta-pesquisa-quaest/