Ministério da Previdência promete transparência em CPI sobre fraudes nos descontos do INSS – Agenda do Poder

O Ministério da Previdência Social anunciou que irá colaborar integralmente com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes em descontos associativos aplicados a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação foi confirmada pelo ministro Wolney Queiroz (PDT), que assegurou que todos os dados solicitados serão repassados à comissão.

“Estou preparando o Ministério e o INSS para fornecer todos os dados de forma ágil e transparente à CPI”, afirmou o ministro em declaração à Folha de S. Paulo. Ele destacou que, embora a entrega das informações seja uma obrigação institucional, a forma como o governo irá conduzir o processo é um diferencial. “Isso é um dever constitucional e institucional. Mas podia ser feito com má vontade. Então será feito com boa vontade”, acrescentou.

A fala de Queiroz acontece em meio ao aumento de denúncias sobre descontos irregulares em aposentadorias e pensões, que têm provocado indignação entre segurados e levantado suspeitas de envolvimento de associações e instituições financeiras.

Instalação e composição da comissão

De acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a CPI deve ser instalada ainda nesta semana. A presidência da comissão ficará sob responsabilidade do senador Omar Aziz (PSD-AM), enquanto a relatoria será conduzida pelo deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A comissão será composta por deputados e senadores e terá funcionamento inicial de 180 dias, podendo ser prorrogada. Caso o prazo seja mantido, os trabalhos devem ser concluídos no início de 2026, em pleno ano eleitoral.

Expectativa e repercussão

A criação da CPI foi motivada pela pressão de parlamentares diante do volume de queixas de aposentados e pensionistas sobre descontos não autorizados em seus benefícios. A expectativa é que os trabalhos revelem a extensão das fraudes, o envolvimento de associações de fachada e eventuais falhas no sistema de fiscalização do INSS.

A promessa de colaboração feita pelo ministro Wolney Queiroz busca reduzir tensões políticas e garantir que o governo não seja visto como um entrave às apurações. Com a instalação da comissão, o tema deve ganhar ainda mais espaço no debate público e no cenário eleitoral de 2026.