
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez duras críticas à manifestação realizada na Avenida Paulista em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último sábado (7), durante o feriado da Independência. Em entrevista à Rádio Jacobina FM, da Bahia, o auxiliar de confiança de Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ato expôs de que lado cada político está diante da população brasileira.
Críticas ao uso da bandeira dos EUA
Rui Costa disse ter se surpreendido com a exibição da bandeira dos Estados Unidos no evento, que reuniu apoiadores de Bolsonaro, além dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
— O dia de ontem deixou claro para a população brasileira de que lado cada um de nós está. Nunca vi, na história da humanidade, políticos que, no dia da independência de um país, erguessem a bandeira de outra nação, justamente uma nação que adotou medidas para destruir empregos, empresas e a economia do Brasil. Nunca vi nada parecido — declarou o ministro.
Ele ainda destacou que a atitude revela claramente quem defende o interesse nacional e quem, segundo ele, instrumentaliza o patriotismo em benefício próprio:
— Está evidente quem sempre esteve ao lado do povo brasileiro e quem usou — e ainda usa — a bandeira do Brasil apenas para defender interesses próprios e causas que não representam a maioria da população — afirmou Rui Costa.
Lembrança do tarifaço de Trump
Na entrevista, o ministro também aproveitou para lembrar que os Estados Unidos, país exaltado no ato de Bolsonaro, anunciaram recentemente uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros. A medida, imposta pelo governo Donald Trump, foi duramente criticada pela equipe econômica do Planalto por prejudicar as exportações, a indústria e a geração de empregos no país.
Para Rui Costa, o gesto de levantar a bandeira de um país que adota medidas contra a economia brasileira é contraditório e evidencia o desalinhamento político e ideológico da oposição.
Soberania no Sete de Setembro oficial
Enquanto isso, em Brasília, o governo federal organizou a cerimônia oficial do Sete de Setembro na Esplanada dos Ministérios com forte apelo nacionalista. A palavra de ordem escolhida foi “Brasil Soberano”, exibida em cartazes, faixas e até bonés distribuídos pela Secretaria de Comunicação (Secom).
O evento foi marcado pela ênfase em soberania e patriotismo, em contraponto direto ao discurso da oposição. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), convidados para a solenidade, decidiram não comparecer, em meio ao clima de tensão política.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ministro-da-casa-civil-critica-ato-bolsonarista-na-paulista-nunca-vi-erguer-bandeira-de-outra-nacao-no-dia-da-independencia/