O ministro da Defesa, José Múcio, manifestou apoio à anistia para os envolvidos em atos considerados leves nos ataques golpistas de 8 de janeiro, excluindo, porém, os organizadores e líderes de alta patente. Em entrevista ao UOL News, ele defendeu a graduação das penalidades, argumentando que a Justiça deve distinguir entre aqueles que participaram de forma passiva e os que planejaram ou financiaram os ataques.
“Deve-se graduar as penas. Deve ser uma para quem organizou; quem foi uma marionete, é outra coisa. Quem quebrou uma cadeira não pode ser responsável por quem fez outras coisas. Devemos graduar, mas não politizar isso. Deve ser uma ação da Justiça. Sou a favor da anistia dos casos leves”, afirmou Múcio.
Questionado se a proposta de anistia incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro, Múcio foi direto: “Não”. Ele ainda destacou a gravidade das ações dos oficiais que incitaram a indisciplina militar e, em alguns casos, jogaram as tropas contra seus superiores.
Para Múcio, é necessário isolar as ações irregulares dos comandantes militares que não aderiram aos atos golpistas, evitando que todo o Exército seja associado a um movimento “isolado de A ou B”.
É inaceitável oficiais que incentivam a indisciplina, diz Múcio
“São dois cenários diferentes. O Congresso quer anistiar aqueles que depredaram, quebraram móveis e atentaram contra o patrimônio público. Isso é uma história; a outra são esses oficiais que incitaram a indisciplina dentro dos quartéis. Eles jogaram as tropas contra os comandantes. Isso é uma coisa gravíssima”, explicou o ministro.
Reforçando a separação de responsabilidades, Múcio defendeu a punição para cada indivíduo de forma específica, sem que o conceito das Forças Armadas seja comprometido por ações isoladas: “Quem tiver culpa vai pagar. O Exército é a favor de que pague. Não queremos contaminar o conceito do Exército, da Marinha e da Aeronáutica por uma ação isolada de A ou B. Defendo isso desde o início.”
Com informações do UOL
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ministro-da-defesa-defende-anistia-para-envolvidos-leves-nos-atos-golpistas-de-8-de-janeiro-mas-descarta-perdao-a-bolsonaro/