O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, chegou ao Palácio do Planalto no fim da tarde desta sexta-feira para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de discutir as acusações de assédio sexual feitas contra ele. Almeida nega ter cometido qualquer tipo de violência contra mulheres.
Na quinta-feira, a organização Me Too Brasil divulgou que recebeu denúncias de assédio sexual, e uma das vítimas mencionadas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso.
Antes de se reunir com Almeida, Lula conversou com os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinicius Carvalho (Controladoria Geral da União), Esther Dweck (Gestão) e Cida Gonçalves (Mulheres). Essas conversas antecederam a reunião sobre as denúncias, sinalizando a complexidade e a gravidade do tema.
Mais cedo, em Goiânia, Lula disse que “alguém que pratica assédio não pode ficar no governo”.
O presidente afirmou ainda que a primeira-dama Janja da Silva demonstrou apoio público a Anielle, publicando uma foto juntas nas redes sociais, porque “não tem mulher que fique favorável a denunciado por assédio”.
— O motivo de uma foto da Janja com a Anielle é a demonstração inequívoca que as mulheres estão com as mulheres. E é o normal, não tem uma mulher que fique favorável a alguém que seja denunciado por assédio — disse Lula em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia.
Alvo de denúncias recebidas pela organização Me Too Brasil, o ministro vinha reunindo nas últimas semanas uma série de informações para se defender de uma eventual denúncia que envolvesse a ministra da Igualdade Racial.
Almeida, segundo interlocutores, guardou mensagens trocadas com Anielle, vídeos e solicitou gravações de câmeras de segurança de restaurantes onde esteve com a ministra. Com estas informações, segundo aliados,
Almeida pretende mostrar que nunca se portou de maneira inapropriada com Anielle. O titular do Direitos Humanos disse a ministros com quem se reuniu que tem o material em mãos, mas não chegou a apresentá-lo — afirmou, entretanto, que apresentaria o conteúdo a Lula.
O Me Too Brasil é uma organização que presta apoio a vítimas de violência sexual, fornecendo informações sobre possíveis reparações e ajuda psicológica.
Em nota, o ministro chamou as suspeitas de “ilações absurdas” e afirmou que acionou a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa. O caso, que será investigado pela Polícia Federal, foi revelado pelo portal Metrópoles.
Com informações de O Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ministro-dos-direitos-humanos-esta-no-palacio-do-planalto-chamado-pelo-presidente-lula/