Ministro é alvo de críticas após anunciar mudança na dinâmica de voos no RJ

O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, foi alvo de críticas após anunciar o aumento do número de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, o que pode impactar o volume de viagens saindo do Aeroporto do Galeão. Ambos são do Rio de Janeiro. O anúncio ocorreu na manhã desta segunda-feira (22).

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), já havia tratado da possibilidade no dia anterior, criticando a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac): “Forças ocultas estão se movimentando na Anac para alterar a política bem-sucedida do governo federal de restringir os voos no Aeroporto Santos Dumont para coordenar o sistema de aeroportos do Rio de Janeiro e fortalecer o Aeroporto Internacional do Galeão.”

A Anac reagiu. Em nota, repudiou a ideia de uma negociação “às escuras”, afirmando que todos os atos “ocorrem por meio de processos administrativos transparentes, auditáveis e devidamente documentados, em consonância com os princípios da administração pública.”

Logo depois da tensão entre a agência reguladora e o prefeito, o ministro confirmou a flexibilização: “Nós passamos dois anos com um teto de 6,5 milhões. A gente vai liberar mais 1 milhão, 1,5 milhão de passageiros, e isso não vai afetar as operações do Galeão”, disse, em entrevista à GloboNews.

Entidades criticam alteração na dinâmica dos aeroportos

Entidades reagiram. O engenheiro Delmo Pinho, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) declarou que “O Santos Dumont e o Galeão operam em completa simbiose, eles operam numa racionalização de operação. Quando sobra para um lado, falta para o outro.” Com isso, ele argumenta que a mudança pode penalizar o Galeão, “que tem as maiores pistas, a maior capacidade de transporte, que tem apresentado resultado extraordinariamente bom.”

O gerente de infraestrutura da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também defendeu a manutenção do teto de passageiros atual, para atender às “vocações” de cada um dos aeroportos, “o Santos Dumont tendo a vocação para ser um aeroporto de conexão doméstica, uma localização estratégica e o aeroporto internacional, por sua vez, tem a vocação de ser o hub internacional do Rio de Janeiro, transportando não só passageiros, como principalmente cargas.”