Moraes mantém prisão de ‘kids pretos’ e de agente da PF por trama golpista

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu manter a prisão preventiva de três militares das forças especiais do Exército brasileiro, os “kids pretos”, e de um agente da PF acusados de participação na tentativa de golpe.

Os quatro réus respondem à ação penal em alegações finais, ainda sem data para julgamento. A decisão de Moraes, concluída nesta quarta-feira (17), atendeu ao parecer da PGR.

Os quatro réus respondem por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e destruição de patrimônio tombado. A denúncia da PGR contra eles foi recebida pela Primeira Turma do STF. Nesta segunda-feira (15), a PGR pediu a condenação de nove dos dez réus do núcleo dos “kids pretos”.

Veja quem são

• General da reserva Mário Fernandes – Integrante do núcleo 2 da trama golpista e ex-chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência no governo Bolsonaro. A defesa tentou a substituição da prisão por domiciliar, alegando tratamento desigual em relação a Bolsonaro. Moraes ressaltou que as situações são diferentes e que a prisão do militar está fundamentada em elementos próprios.
• Tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo – Integrante do núcleo 3 da trama golpista. Segundo a denúncia, essa unidade teria operacionalizado o planejamento conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato da chapa recém-eleita formada por Lula e Geraldo Alckmin (PSB) e também do próprio ministro Alexandre de Moraes. Na decisão, o STF afirmou não haver fatos novos para justificar a revogação.
• Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima – Também integrava o núcleo 3, segundo a denúncia. A defesa pediu o fim da prisão cautelar alegando que o réu precisa corrigir provas impressas de alunos candidatos a concursos militares. Moraes manteve a prisão citando que o acusado precisaria se adequar o seu cotidiano à cautelar estabelecida.
• Policial federal Wladimir Matos Soares – Acusado de integrar o núcleo 3 da trama. A defesa alegou problemas de saúde para pedir a soltura. Na decisão, Moraes cita laudo que aponta estabilidade no quadro clínico e realização de “tratamento adequado, oferecido pela própria estrutura penitenciária”.