Em sua primeira visita ao general Walter Braga Netto desde que ele foi preso preventivamente, em dezembro de 2023, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) levou um presente com significado simbólico: o livro The Generals – American Military Command from World War II to Today (“Os generais: o comando militar americano da Segunda Guerra Mundial até hoje”, em tradução livre), do jornalista norte-americano Thomas E. Ricks. A informação é do Estadão.
O encontro, autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, durou cerca de 40 minutos e ocorreu na tarde desta quinta-feira (16). Ao sair, Mourão afirmou que a intenção foi prestar “solidariedade e apoio moral” ao ex-ministro da Defesa. “Braga Netto está com moral elevado e eu lhe entreguei o livro ‘The generals’, sobre o papel dos generais Patton, Marshall e MacArthur na 2ª Guerra Mundial”, declarou. “Foi um encontro de dois amigos. Apenas isso. A questão é que ele já está preso há mais de quatro meses, o que, na minha visão, é irregular em termos de prisão preventiva.”
O ex-vice-presidente da República acredita que a obra pode transmitir uma mensagem de resistência ao general reformado. “Trata-se de um símbolo de resiliência para enfrentar as adversidades e fé na missão”, afirmou Mourão.
Além dele, os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Damares Alves (Republicanos-DF) também visitaram Braga Netto. Damares, inclusive, teria feito uma oração junto ao general, segundo relatos. As visitas foram permitidas mediante regras rígidas estabelecidas por Moraes: até três visitantes por dia, sem a presença de assessores, seguranças ou imprensa; também estão proibidos celulares e outros dispositivos eletrônicos.
Braga Netto foi preso preventivamente após a Polícia Federal concluir que ele tentou obstruir investigações ao buscar acesso antecipado à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A delação de Cid é uma das principais bases da denúncia que levou o general à condição de réu.
Atualmente, Braga Netto está detido na 1ª Divisão do Exército, subordinada ao Comando Militar do Leste, na Vila Militar, Zona Oeste do Rio. Por ser general de quatro estrelas, ele permanece em uma unidade especial: um cômodo com armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro privativo.
No mês passado, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República e tornar Braga Netto réu por tentativa de golpe de Estado. Ele foi acusado de participar de uma trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além do processo no STF, o general já havia sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral, ao lado de Bolsonaro, por abuso de poder político e econômico durante as comemorações do Bicentenário da Independência em 2022. A decisão o impede de disputar eleições até 2030.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/mourao-visita-braga-netto-na-prisao-e-entrega-livro-sobre-generais-da-segunda-guerra-mundial/
