20 de dezembro de 2024
Múcio sinaliza que pode deixar Ministério da Defesa; Alckmin pode
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Dois anos após ter sido escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para liderar o Ministério da Defesa, José Múcio Monteiro sinalizou a possibilidade de deixar o governo. Sua nomeação, realizada ainda durante o período de transição, foi articulada com o objetivo de promover aproximação e pacificação com os militares. Questionado sobre sua intenção de deixar o cargo, Múcio adota um tom descontraído e afirma que “depende do presidente”.

No entanto, pessoas próximas ao ministro relatam que ele tem manifestado preocupações com sua saúde. Aos 76 anos, Múcio enfrenta cobranças da família para dedicar mais atenção ao seu bem-estar. Em conversas reservadas, ele tem mencionado que o presidente precisará escolher alguém com um perfil mais “paciente” para assumir o posto em seu lugar.

Entre os nomes cotados para sucedê-lo, um destaque é o do vice-presidente Geraldo Alckmin. Atualmente à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Alckmin é apontado como possível substituto em um cenário de troca de pastas, conforme reportado pelo jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com interlocutores próximos ao Ministério da Defesa, o cargo exige um líder de grande prestígio, capaz de assegurar o respeito das Forças Armadas. Desde que assumiu, Múcio precisou lidar com um ambiente de desconfianças mútuas, especialmente em função das suspeitas de envolvimento de militares em uma tentativa de golpe. Com o avanço das investigações e a prisão de oficiais das Forças Armadas, o ministro tem reiterado que as práticas ilícitas foram conduzidas por indivíduos, buscando desvincular a instituição de quaisquer atos antidemocráticos.

O governo e os militares convivem bem no momento, mas não são amigos, costuma dizer Múcio de forma reservada.

A mudança na Defesa pode ser incluída na reforma ministerial que Lula avalia fazer no início da segunda metade do seu mandato. As trocas devem envolver também a Secretaria de Comunicação Social, comandada pelo ministro Paulo Pimenta. O presidente já declarou estar insatisfeito com a área em seu governo.

Uma das últimas surpresas negativas foi o vídeo divulgado pela Marinha em comemoração ao Dia do Marinheiro. A peça gerou desconforto por colocar em campos opostos civis e militares, numa crítica indireta à inclusão das Forças no pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Posteriormente, o vídeo foi removido dos perfis oficiais da Marinha.

Após o episódio, o governo orientou que campanhas publicitárias produzidas pelas Forças Armadas deverão passar pelo aval do Ministério da Defesa antes de serem divulgadas. A medida é mais um movimento da gestão de Lula para tentar evitar politização das tropas.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/mucio-sinaliza-que-pode-deixar-ministerio-da-defesa-alckmin-pode-ser-seu-substituto-na-reforma-ministerial/