Sensores inteligentes tornam água do mar potável no Caribe

Em Barbados, uma das ilhas mais paradisíacas do Caribe, a água doce é um recurso tão precioso quanto o turismo que movimenta a economia local. E é lá que sensores inteligentes desenvolvidos pela WEG, multinacional brasileira com sede em Jaraguá do Sul (SC), estão ajudando a transformar água do mar em água potável.

A empresa forneceu 12 sensores WEGScan100 a uma planta de dessalinização por osmose reversa, responsável por produzir milhares de metros cúbicos de água potável todos os dias. Os equipamentos monitoram motores e bombas que mantêm o fluxo contínuo da operação.

Segundo o diretor-superintendente de Digital e Sistemas da WEG, Carlos Grillo, equipamentos que lidam com água do mar exigem um nível de durabilidade e confiabilidade elevados. “Os sensores e softwares da WEG adicionam uma camada adicional de inteligência ao processo, assegurando que o fornecimento de água potável ocorra sem interrupções”, explicou ele à Gazeta do Povo.

Como os sensores ajudam a transformar água do mar em potável

O fornecimento dos sensores foi resultado de uma parceria firmada durante uma feira internacional, a WEFTEC 2023, realizada nos Estados Unidos. O cliente buscou uma solução de monitoramento remoto e manutenção preditiva.

Os sensores WEGScan100 captam dados de vibração, temperatura e campo magnético em tempo real. Com isso, identificam desgastes ou desalinhamentos nos motores. A partir desses dados, a plataforma digital WEG (Motion Fleet Management) utiliza inteligência artificial para detectar anomalias e emitir alertas automáticos.

Na prática, isso significa que eventuais falhas podem ser corrigidas antes que o problema se manifeste, evitando paradas e desperdício.

Monitoramento em tempo real aumenta confiabilidade de motores

Para assegurar confiabilidade, a WEG aplica as soluções (WEGsense e WEGsync) que realizam análises avançadas de vibração, temperatura e deformações estruturais. Grillo explicou que os motores que bombeiam a água do mar operam sob alta exigência.

“O uso de sensores inteligentes e análise de dados em tempo real cria uma camada adicional de segurança e confiabilidade”. Enquanto o WEGsense monitora falhas mecânicas incipientes, como desgaste de rolamentos ou desequilíbrios, o WEGsync faz medições sincronizadas com múltiplos sensores, identificando problemas de acoplamento e desalinhamentos que poderiam comprometer a operação.

De acordo com o diretor-superintendente, a combinação das tecnologias propicia o funcionamento contínuo do motores. Além disso, evita falhas inesperadas e assegura que o processo de dessalinização opere sem interrupções, contribuindo diretamente para a transformação da água do mar em água potável.

Integração digital permite diagnósticos precisos e redução de custos

Os sensores transmitem dados via Bluetooth Low Energy (BLE) a gateways ou dispositivos móveis, que enviam as informações para a nuvem da empresa. A partir daí, por meio de inteligência artificial aplicada no monitoramento, a plataforma da WEG centraliza, analisa e transforma os dados em insights acionáveis, permitindo que equipes técnicas atuem de forma proativa.

Grillo destacou que o diferencial está na oferta de um sistema considerado como totalmente integrado. “Fabricamos tanto os ativos quanto os sensores e o software de gestão. Isso garante compatibilidade, segurança e precisão nos diagnósticos”.

Segundo o diretor-superintendente da empresa, essa abordagem não apenas reduz custos operacionais e evita paradas inesperadas, como também é aplicável em diversos setores da indústria, de energia e saneamento a manufatura e mineração. “Ele se adapta à jornada 4.0 de digitalização de cada planta, podendo iniciar com os motores elétricos e evoluir para os transformadores e serviços de gestão da execução e gestão de energia”, explicou.

Empresa forneceu 12 sensores WEGScan100 para uma planta de dessalinização por osmose reversa para transformar água potável. (Foto: Divulgação/WEG)

Enquanto avança em soluções inteligentes, WEG amplia produção em SC 

Enquanto projeta soluções inovadoras no Caribe, a WEG também anunciou o maior investimento estrutural de sua história. A empresa aplicará R$ 1,1 bilhão para ampliar sua capacidade produtiva em Santa Catarina.

Do total, R$ 900 milhões serão aplicados na construção de um novo parque fabril na região norte do estado, destinado à produção de equipamentos de grande porte, como compensadores síncronos de até 330 MVAr, turbogeradores de até 200 MVA e motores de indução de alta rotação. Os R$ 160 milhões restantes serão investidos na unidade de Jaraguá do Sul, adicionando 11.250 metros quadrados à área produtiva existente. A expansão deve gerar 800 novos empregos diretos.