
A um ano das eleições 2026, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), mantém a liderança na intenção de voto popular para buscar a reeleição ao cargo. Conforme pesquisa do instituto Neokemp divulgada no mês passado, Mello oscila entre 38,8% e 42,1% na preferência do eleitorado.
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador catarinense tem chance de ampliar a vantagem sobre os demais concorrentes caso receba apoio claro: conforme o mesmo levantamento eleitoral, se apoiado pela família Bolsonaro, Mello alcança 43,8% de intenção de votos.
Com aprovação de 56,9% à gestão atual, ele começa a ter à mesa bons nomes para compor a próxima chapa. Oficialmente, o governador e pré-candidato à reeleição ainda não se manifestou sobre a formação da chapa, mas nomes de possíveis vices circulam nos bastidores. Isso porque a vice-governadora atual, Marilisa Boehm (PL), tem pretensões de concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa no próximo ano.
Para substitui-la, no campo das especulações, surgem figuras de peso dentro do próprio Partido Liberal e de legendas aliadas, refletindo a tentativa de ampliar a base de apoio e consolidar a força conservadora no estado catarinense: uma deputada, um prefeito e um ex-prefeito.
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Um dos nomes citados para compor chapa como vice de Jorginho Mello é o da deputada federal Caroline De Toni (PL). À reportagem da Gazeta do Povo, ela afirmou que (ainda) não houve convite formal e reiterou que o foco, por enquanto, está na pré-campanha ao Senado.
A deputada visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mantido em prisão domiciliar em Brasília, no fim de setembro, e segundo ela recebeu incentivo para disputar uma vaga no Senado. “Estive com ele desde o início da minha trajetória política, sempre com respeito e lealdade. Ele acompanhou as pesquisas, reconheceu meu trabalho e me incentivou”, disse De Toni.

Por outro lado, Jair Bolsonaro já sinalizou que o filho Carlos deve concorrer ao Senado por Santa Catarina — movimento que envolve acordo direto com o governador do estado. E essa possibilidade é um dos fatores que pesa para que lideranças do PL, como o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, avaliam o lançamento de De Toni como vice-governadora, equilibrando a chapa com uma figura feminina de projeção nacional e forte alinhamento com a direita.
Questionada sobre a eventual disputa com Carlos Bolsonaro e com o senador Esperidião Amin (PP), também cotado para o Senado, De Toni foi diplomática. “Respeito todos os colegas e concorrentes. Meu compromisso é com Santa Catarina e com os catarinenses, e sigo trabalhando para fortalecer minha pré-candidatura com seriedade, diálogo e responsabilidade”.
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Apesar de não confirmar a intenção, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), é outro nome que tem circulado como provável vice-governador na chapa de Jorginho Mello para 2026. O presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, ainda investe seu capital político na pré-candidatura ao governo de João Rodrigues (PSD), prefeito de Chapecó.
Porém, se o projeto não vingar nos próximos meses, a aproximação com o PL deve ser costurada em Santa Catarina pelo chefe do Executivo da capital. Topázio Neto tem percorrido o estado como presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), quase sempre no mesmo palanque que o governador Jorginho Mello.
A tabelinha entre os dois se intensificou ainda no final de 2023, durante as tratativas para a composição da chapa de reeleição para a prefeitura de Florianópolis. Na virada daquele ano, houve participação do governo de Santa Catarina em obras importantes e usadas na campanha, como alargamento das praias de Jurerê e Ingleses, apoio financeiro do estado para realização do Carnaval de 2024, entre outros acenos.
O resultado foi a definição da ex-vereadora Maryanne Mattos (PL) como vice do Topázio Neto, que se reelegeu em primeiro turno. Como uma das contrapartidas, o prefeito de Florianópolis abriu mão de Bruno Oliveira. Principal responsável pela comunicação de sua administração, o jornalista assumiu a Secretaria de Comunicação de Jorginho Mello em janeiro deste ano, em meio a denúncias envolvendo o programa estadual Universidade Gratuita.

Publicamente, Topázio Neto tem transferido os holofotes para o correligionário e presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Júlio Garcia. Em nota à Gazeta do Povo, disse estar focado nos próximos anos do mandato, planejando ações de médio e longo prazo para a cidade.
No encontro estadual do PSD em Balneário Camboriú, nos dias 11 e 12 de setembro, com a presença de Kassab, o nome do João Rodrigues recebeu novo apoio do partido como pré-candidato ao governo de Santa Catarina. Topázio Neto não compareceu.
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Outro nome ventilado é o do deputado estadual Antídio Lunelli (MDB), ex-prefeito de Jaraguá do Sul. Ao ser procurado pela Gazeta do Povo, Lunelli confirmou ter sido sondado sobre a possibilidade de compor a chapa como vice de Jorginho Mello nas eleições de 2026.
“Entretanto, as decisões sobre candidaturas e composições devem ficar para 2026. Seria, sem dúvida, um grande desafio. Se assim o partido entender, estou pronto para contribuir”, afirmou.

Lunelli destacou a boa relação entre MDB e PL, que têm dividido espaços importantes no governo estadual. Afirmou que o MDB tem sido um grande aliado do PL em Santa Catarina, com participação na condução de pastas estratégicas.
“Sempre tivemos um bom relacionamento com o governador Jorginho Mello, inclusive na aliança que o elegeu senador há sete anos. A tendência natural é que o MDB continue sendo um parceiro forte e, dentro desse contexto, indicar o vice”, completou.
O deputado seria opção por um nome da região norte de Santa Catarina, a exemplo do que determinou a escolha pela vice-governadora atual, Marilisa Boehm (PL). Ex-delegada com três décadas de carreira em Joinville (SC) e região, principalmente no combate à violência doméstica e defesa das mulheres, Marilisa foi uma das responsáveis por coordenar a campanha que resultou na vitória Mello na cidade mais populosa do estado, em 2022.
- Metodologia da pesquisa citada: 1.008 entrevistados pela Neokemp Pesquisas, em 117 cidades de Santa Catarina, nos dias 25 e 26 de agosto de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 3,1 pontos percentuais.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/santa-catarina/nomes-cotados-para-vice-chapa-governador-do-pl-jorginho-mello-sc-2026/