Operação da PF mira empresas de bebidas alcoólicas em 22 cidades de 5 estados

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta (16) uma operação para fiscalizar empresas de bebidas alcoólicas em 22 cidades do país, em um desdobramento da investigação que apura a contaminação de metanol que já vitimou seis pessoas em São Paulo. Outras dez mortes ainda são examinadas também no estado paulista e em Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Paraná.

As intoxicações por metanol adicionado em bebidas alcoólicas dispararam desde setembro e já foram confirmadas em 41 casos. Outros 107 estão em investigação e 469 foram descartados de acordo com o boletim mais recente do Ministério da Saúde, divulgado na quarta (15).

“O objetivo da ação é coletar e analisar amostras dos produtos fabricados nessas unidades e atestar a regularidade de suas composições químicas. Todo resultado servirá de subsídio para a instrução de investigações conduzidas pela Polícia Federal a respeito dos eventos de desvio e contaminação de bebidas alcoólicas por metanol, desde o início de setembro deste ano”, afirmou a Polícia Federal.

A Operação Alquimia mira 24 empresas atuantes no setor sucroalcooleiro, mas não foram divulgados detalhes como nomes e ramo de atuação, se são destilarias ou distribuidoras. A ação é realizada nas cidades paulistas de São Paulo, Laranjal Paulista, Guarulhos, Suzano, Araquariguama, Sumaré, Cotia, Limeira, Jandira, Arujá, Cerqueira Cesar, Morro Agudo, Avaré e Palmital.

Já no Paraná, os alvos são os municípios de Colombo, Paranaguá e Araucária; na cidade catarinense de Cocal do Sul; em Dourados, Campo Grande e Caparaó, no Mato Grosso do Sul, e em Várzea Grande, no Mato Grosso. A operação é realizada com o apoio da Receita Federal, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Agencia Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo autoridades policias e o governo, o estado de São Paulo concentra 60% dos casos de intoxicação por metanol no país, e é apontado como o epicentro da adulteração das bebidas alcoólicas. Lá estão 33 casos confirmados e 57 em investigação, sendo que 330 foram descartados.

Na quarta (15), a Polícia Civil do estado destruiu mais de 100 mil garrafas apreendidas em um depósito na capital. Pelo menos 58 pessoas já foram presas em São Paulo e 15 estabelecimentos foram interditados cautelarmente desde o início da força-tarefa.