22 de setembro de 2024
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que caberá ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidir se continuará no cargo enquanto se defende das acusações que resultaram em seu indiciamento pela Polícia Federal.

A corporação imputa a Juscelino indícios de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, relacionados a desvios de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

As investigações apontam que, quando era deputado federal, Juscelino Filho direcionou recursos do Orçamento para asfaltar uma estrada que passa pela fazenda de sua família no Maranhão.

Além disso, após assumir o cargo no governo Lula, o ministro utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para participar de um leilão de cavalos em São Paulo. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou que o asfaltamento beneficiou diretamente as propriedades de Juscelino e sua família.

“Se ele considera que pode se defender, ocupando (o cargo), fazendo o bom trabalho que está fazendo (no Ministério das Comunicações), é óbvio que é uma questão individual dele”, disse Padilha em entrevista ao Estadão/Broadcast. “Eu tenho sentimento de que até agora ele foi se explicar, foi se defender ocupando e exercendo um bom trabalho no Ministério das Comunicações.”

Padilha destacou que Juscelino Filho conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se defender. “Nós vamos sempre primar pela presunção da inocência, até porque a gente já viu muita gente ser injustamente condenada publicamente e depois ser visto que não tinha qualquer responsabilidade sobre aquele fato”, afirmou. “O ministro Juscelino conta, não só comigo, mas certamente com o presidente Lula, com todo o espaço para se defender, para poder provar sua inocência.”

A urgência da situação ganhou destaque após a aprovação, na quarta-feira, de sete mandados de prisão preventiva e 45 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e no Distrito Federal, além do bloqueio de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis. O principal alvo da operação foi Juscelino Filho, acusado de integrar uma organização criminosa voltada para o desvio de recursos dos fundos partidário e eleitoral.

Enquanto a defesa de Juscelino argumenta que ele demonstrará sua inocência perante a Justiça, o governo federal mantém sua posição de garantir um julgamento justo, sem prejulgamentos, assegurando que o ministro tenha condições de se defender adequadamente enquanto permanece no cargo.

Com informações do UOL

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/padilha-diz-que-cabera-a-juscelino-decidir-se-continua-no-cargo-enquanto-se-defende/