
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), decidiu não comparecer ao julgamento do chamado plano de golpe, marcado para iniciar em 2 de setembro. A decisão tem como objetivo evitar constrangimentos com os demais réus. Cid assinou um termo de colaboração premiada, e seus depoimentos serviram como base para o avanço das investigações sobre a tentativa de manter o ex-presidente no poder.
Atualmente, os réus não têm obrigação de participar das sessões em que os advogados apresentam argumentos técnicos e fatos, de acordo com as teses expostas nas alegações finais. Segundo apurou a CNN, outros envolvidos ainda avaliam se irão comparecer. Em geral, advogados desaconselham a presença, citando desgaste e tensão emocional.
Bolsonaro e outros réus aguardam decisão
Caso Jair Bolsonaro decida comparecer ao STF, ele precisará de autorização da Corte, uma vez que está em prisão domiciliar desde 4 de agosto por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A medida faz parte do inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por sanções aplicadas ao Brasil.
O ex-presidente já havia acompanhado de perto outro julgamento do caso em março, quando se apresentou de surpresa à Corte. Na ocasião, sua presença foi vista como uma forma de enfrentar a acusação, embora não fosse obrigatória.
O ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, preso desde dezembro de 2024, também precisará de autorização para participar do julgamento, mas ainda não se decidiu.
Estrutura do julgamento e o núcleo crucial
O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, marcou sessões extraordinárias nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro para analisar o caso. O núcleo crucial do julgamento inclui, além de Bolsonaro, Braga Netto e Cid, os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Também integram o grupo o deputado Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, e o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
Advogados já iniciaram a preparação para o julgamento histórico, considerado decisivo tanto para definir o destino dos réus quanto para evidenciar a atuação de criminalistas renomados. Cada defesa terá uma hora para rebater as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR), que seguirá o mesmo tempo das defesas, mantendo seu estilo sucinto.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/para-evitar-demais-reus-delator-mauro-cid-decide-nao-ir-a-julgamento-de-plano-de-golpe/