20 de setembro de 2024
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O governo e os parlamentares da base estão tentando minimizar o impacto da divulgação de decisões confidenciais do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que ordenou a remoção de perfis nas redes sociais. Membros do governo consideram que isso pode causar agitação entre os apoiadores de Bolsonaro, mas acreditam que terá poucos efeitos práticos.

Integrantes do governo optaram por não comentar publicamente o caso, pois acreditam que não terá grandes repercussões. Internamente, a análise é de que a divulgação do relatório pela comissão parlamentar americana pode ser usada pelos apoiadores de Bolsonaro para mobilizar manifestações, especialmente a prevista para o próximo domingo (21) no Rio de Janeiro.

Um interlocutor do governo afirmou que a divulgação das decisões não terá efeito prático e pode até se voltar contra os bolsonaristas, já que destaca mensagens consideradas golpistas. Após a divulgação dos documentos, parlamentares da oposição começaram a discutir novos pedidos de impeachment contra Moraes. O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) começou a procurar colegas para obter assinaturas.

Embora haja essa movimentação na oposição, alguns membros reconhecem que o assunto pode não sensibilizar outros setores da Câmara, mas apostam na mobilização da militância para pressionar qualquer iniciativa no Congresso. A deputada Carla Zambelli (PL-SP) acredita que parlamentares de centro podem aderir à causa, considerando que Lula e Moraes estão enfraquecidos.

A divulgação do relatório mobilizou aliados de Bolsonaro nas redes sociais. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou o documento e criticou Moraes. A deputada Bia Kicis (PL-DF) também compartilhou a notícia, afirmando que os documentos comprovam censura pelo Judiciário brasileiro. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) divulgou o documento através de seu WhatsApp.

Aliados do governo no Congresso criticaram Musk e afirmaram que se trata de uma estratégia da extrema-direita para atacar as instituições. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu a regulamentação das redes sociais. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), minimizou a divulgação e voltou a defender a regulamentação das redes.

O tema foi levantado pelo senador bolsonarista Eduardo Girão (Novo-CE), mas Pacheco cortou a abordagem. Ele também cobrou que não houve manifestação em sua defesa quando foi divulgada a minuta do golpe. Pacheco defendeu a regulamentação das redes e foi apoiado pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA), um dos vice-líderes do governo na Casa.

Apesar da divulgação ocorrer em um momento de tensão entre o Legislativo e o Judiciário, membros do centrão dizem que isso serve para compor a narrativa da oposição, mas o grupo não deve aderir a esse movimento. Parlamentares apontam que questões como o foro privilegiado e medidas que restrinjam operações da Polícia Federal no Congresso podem mobilizar os deputados, mas reconhecem que isso deve ser coordenado com o Senado para prosperar. Eles também avaliam que o encontro entre Moraes e Lira pode ter ajudado a distensionar o embate com o Judiciário.

Com informações da Folha de S. Paulo.  

Fonte: https://agendadopoder.com.br/parlamentares-da-base-minimizam-relatorio-divulgado-nos-eua-contra-stf-e-acreditam-que-nao-trara-qualquer-efeito-pratico/