10 de janeiro de 2025
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A Câmara do Rio só retorna do recesso em meados de fevereiro, mas, nos bastidores, os vereadores já se movimentam para garantir espaço nas principais comissões da Casa. Como o Regimento Interno diz que a distribuição das cadeiras é feita “de comum acordo pelos líderes”, parlamentares de pequenos partidos se uniram em um bloco para buscar vagas nas principais comissões, compostas por três vereadores: presidente, vice-presidente e vogal.

São nesses grupos de trabalho que os projetos de lei passam antes de ir à votação em plenário e onde há um debate prévio e alterações das propostas, tendo as comissões o poder de arquivar ou acelerar o trâmite dos projetos. Além disso, elas são responsáveis por realizar as audiências públicas, receber denúncias e queixas sobre a atuação de autoridades, além de criar estudos e abrir investigações sobre os temas relacionados.

Na nova Câmara, o PSD do prefeito Eduardo Paes fez 16 vereadores. O PL foi o segundo partido com mais vereadores eleitos: sete, mas perdeu a segunda maior bancada para o novo bloco. Nomeado de “O Rio Que Queremos”, o bloco uniu 15 vereadores de 10 partidos diferentes, dos mais diversos campos ideológicos. O líder, e autor da iniciativa, é William Coelho (DC). Ele é base do governo, mas conseguiu apoio, por exemplo, de Pedro Duarte (Novo), um crítico da gestão de Eduardo Paes. Completam o novo grupo o Republicanos, MDB, Solidariedade, Podemos, União, PRD, PSDB e PDT.

Ao GLOBO, Coelho, que conseguiu a vaga de vice-presidente da Câmara, defendeu o movimento dos partidos e que cada um possui independência para se posicionar nas pautas a serem votas a partir de fevereiro. Por isso, negou que esteja montando o “Centrão”, como no Congresso Nacional. No entanto, não descarta que essa seja uma possibilidade ao decorrer do ano:

— A ideia não é ter esse tipo de liderança (nas votações de projetos) e sim o peso nas principais comissões. Em Brasília, eles decidem juntos. E hoje nossa principal finalidade é nos proteger para ocupar as principais cadeiras — diz.

Com o fechamento do bloco, os integrantes já começaram a pedir um lugar nas comissões de preferências. As mais pedidas são as vagas na de Justiça e Redação, Servidores Públicos e Meio Ambiente. Com tantos pedidos, Willian Coelho diz defender um critério de desempate:

— Acho que os vereadores com mais tempo de mandato deveriam ter prioridade. Muitos querem permanecer nas comissões que já estão — explica.

Líder do Republicanos, Inaldo Silva é um dos que busca continuar. Ele quer retornar à Comissão de Justiça e Redação. Do seu partido, Tânia Bastos permaneceu na Mesa Diretora e foi eleita 2ª vice-presidente. A terceira parlamentar da sigla, Gigi Castilho busca uma vaga na Assistência Social e Defesa da Mulher.

— Fizemos apenas 3 cadeiras. Se estivéssemos sozinhos, ficaríamos largados. Agora temos condições de brigar pelas principais comissões — detalha Inaldo.

Isolados se unem

Em seu primeiro mandato na Câmara de Vereadores, Talita Galhardo foi a única eleita pelo PSDB e é uma das parlamentares “solo” no bloco. Ela diz que aceitou a entrar no bloco por ser independente nas votações, mas, ao mesmo tempo, brigar por um lugar nas comissões que se relacionam às áreas que mais atuou quando foi sub-prefeita de Jacarepaguá: Segurança, de Turismo e de Defesa Civil.

— Pedi essas porque acho que é onde eu teria mais utilidade. Quando me candidatei, tive convites de outros partidos, mas escolhi o PSDB por não ter obrigação política com ninguém. E assim continuo. Quero que saibam que não tenho obrigação nenhuma de votar sempre a favor dos projetos do prefeito — diz ela.

Outro vereador de “carreira solo”, Pedro Duarte (Novo) já vai para seu segundo mandato e foi o último a entrar no bloco. Ele faz oposição ao governo de Eduardo Paes e conta que decidiu se aproximar desse grupo de vereadores por ter receio de iniciar a nova legislatura isolado. Ele prefere não revelar a que comissões, mas que pediu apoio de seus colegas pela indicação nos grupos que costuma a atuar politicamente e diz estar aberto a ajuda-los em suas indicações pelas vagas:

— Nessa divisão de partidos acabamos não conseguindo nos posicionar e as grandes siglas acabam se impondo. Queremos pautar a discussão e não ser pautado. Mas, para isso, é preciso estar bem posicionado nas comissões E isso nos ajudar a ser mais relevantes, se não em assuntos importantes acabamos ficando para trás. Mas não abro mão da minha independência e meu jeito nas votações — conta Duarte.

Com informações de O Globo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/pequenos-partidos-da-camara-do-rio-se-juntam-em-bloco-e-buscam-protagonismo-como-segunda-maior-bancada/