1 de agosto de 2025
Pesquisa aponta que 60% das postagens reprovam sanção de Trump
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Uma pesquisa divulgada pela Genial/Quaest nesta quinta-feira (31) revela que a maioria das manifestações nas redes sociais reprovou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo o levantamento, 60% das postagens analisadas entre os dias 28 e 30 de julho criticam a medida, enquanto apenas 28% a apoiam, informa O Globo.

O monitoramento considerou 1,6 milhão de menções em plataformas como X (antigo Twitter), Instagram, Facebook, YouTube, Reddit, Tumblr e também conteúdos detectados via APIs de sites de notícias. Postagens de aplicativos como WhatsApp, Telegram e Discord também foram mapeadas por meio da ferramenta automatizada Q-Insider, da própria Quaest.

Violação à soberania é o motivo mais citado

De acordo com a pesquisa, os principais argumentos contrários à sanção apontam para uma possível violação da soberania brasileira, com interpretações de que os Estados Unidos estariam tentando proteger a família Bolsonaro diante das recentes investigações da Polícia Federal. A desconfiança de que a aplicação da Lei Magnitsky se baseia em justificativas frágeis é recorrente nos comentários críticos.

Além disso, diversas postagens ressaltam que Moraes não possuiria bens ou contas no exterior, o que esvaziaria o impacto prático da medida. “As sanções estão sendo vistas como simbólicas e direcionadas mais à construção de uma narrativa política do que a consequências reais para o ministro”, afirma a análise da Quaest.

Defensores da medida reproduzem discurso bolsonarista de perseguição

Por outro lado, os 28% que defendem a atitude de Trump afirmam que a medida representa uma forma de denúncia internacional contra abusos de autoridade, reforçando o discurso bolsonarista de que Moraes comete censura e persegue opositores.

A pesquisa também observa que a repercussão digital das sanções teve volume comparável ao debate sobre o mote “ricos contra pobres”, levantado durante embates entre o Congresso e o governo federal. No entanto, o tema com maior engajamento nas redes segue sendo a operação da PF contra Jair Bolsonaro.

Episódio aprofunda polarização

Na avaliação da Quaest, as sanções foram rapidamente apropriadas como ferramenta de disputa política interna. “A tentativa de internacionalizar a disputa institucional brasileira, com respaldo externo, mostra como as redes sociais se tornaram terreno fértil para a legitimação de narrativas que ultrapassam as estruturas formais do Judiciário e da imprensa tradicional”, aponta o relatório.

O levantamento conclui que o episódio aprofundou a polarização no ambiente digital, estimulando desconfiança nas instituições brasileiras e fomentando um novo ciclo de mobilização política nas redes.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/pesquisa-aponta-que-60-das-postagens-reprovam-sancao-de-trump-contra-moraes/