Pesquisa aponta que 78% dos brasileiros defendem regulação das big techs e 86% cobram combate às fake news – Agenda do Poder

A regulação das chamadas big techs no Brasil encontra forte respaldo popular, informa o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, em parceria com a QuestionPro, revela que 78% dos brasileiros defendem que as plataformas digitais sejam responsabilizadas legalmente pelos conteúdos publicados em seus ambientes.

O levantamento, realizado em agosto com 1.500 pessoas em todas as regiões do país, também mostra que 86% da população acredita que as empresas de tecnologia devem atuar diretamente no combate às fake news, tema que se tornou central no debate público.

Divisão política, mas maioria em todos os grupos

Os números variam quando observados sob a ótica ideológica. Entre eleitores de esquerda, 82% apoiam a responsabilização legal das plataformas, enquanto entre os de direita o índice cai para 68%. Mesmo assim, o apoio majoritário em ambos os grupos indica que a regulação das redes sociais se tornou uma pauta transversal.

Apoio à regulação e responsabilidade

Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, os resultados indicam que o Brasil está pronto para discutir seriamente regras para o setor digital. “A população quer liberdade de expressão, mas também quer responsabilidade das plataformas diante dos conteúdos que hospedam”, afirma.

O dado reforça a percepção de que os brasileiros não veem mais a internet como um espaço sem limites. Ao contrário, cresce a expectativa de que as empresas assumam compromissos claros com a moderação de conteúdos nocivos e a transparência de seus algoritmos.

Cenário futuro

Especialistas apontam que a ampla aceitação popular pode impulsionar o debate no Congresso Nacional. A experiência de países que já avançaram na regulação, como os integrantes da União Europeia, tende a servir de referência.

Apesar de resistências políticas e econômicas, a mensagem revelada pela pesquisa é clara: a sociedade brasileira exige que as plataformas digitais tenham responsabilidade proporcional ao impacto que exercem no cotidiano da população.